quarta-feira, 14 de julho de 2010

A GRAÇA DE DEUS MANIFESTADA NO ÉDEN – Gênesis 2 e 3



INTRODUÇÃO

De acordo com C.S. Lewis, a graça de Deus é um conceito peculiar do Cristianismo. Nenhuma outra tradição religiosa tem qualquer equivalente à idéia de um Deus gracioso. A compreensão da graça de Deus é, portanto, vital para a experiência e vivência da espiritualidade cristã.

Deus revelou o Seu amor e graça para a humanidade desde o início. Ao contrário do que tanto ortodoxos modernos afirmam a vista da teologia, Deus se manifesta em todo o Antigo Testamento como um Deus de amor e misericórdia!

DEFINIÇÃO

A palavra no seu sentido original do AT significa; "graciosa, favor, ser favoravelmente inclinado, exercer piedade, ser compassivo, para tornar aceitável." Também pode significar; "dobrar ou inclinar-se em bondade para um inferior, para ser levado a favor de uma petição ou pedido, para mostrar o favor, ou dar a concessão ou o favor e graciosamente mostre misericórdia e compaixão"

Graça comum

Por graça comum ou graça universal, entendemos ser o favor de Deus derramado sobre tudo e sobre todos. É o favor divino sobre todos os homens, tanto dos justos como dos ímpios. A exemplo disso podemos destacar os seguintes;

a. O sol que raia sobre todos os povos.

b. A chuva que rega a terra e cai sobre os justos e também dos ímpios.

c. A vida, os cinco sentidos. O ar que respiramos; o alimento, etc.

d. O poder de Deus e as provas de Sua divindade;

”pois o que de Deus se pode conhecer, é manifestado sobre eles (homens), porque Deus lhes manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, seu eterno poder e divindade, são vistos claramente desde a criação do mundo e percebidos mediante as coisas criadas, de modo que esses homens são indesculpáveis. [ROMANOS 1.19, 20].

Graça Salvífica

A graça salvadora é aquela que vem sobre o homem, “morto em seus delitos e pecados” (Ef 2.1), incapaz de ter qualquer reação em relação a tudo que diz respeito a Deus para “vivificá-lo juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). É a graça que confere salvação (At 15.11; Rm 3.24; 5.15; 11.6; Tt 2.11) .

A graça salvadora confere ao homem habilidades em todos os campos e esferas da vida, capacita-o a fazer boas obras e o leva a um compromisso mais sério com Deus e o sagrado. Muito embora, alguns, hoje em dia, têm tentado baratear a graça salvadora de Deus, oferecendo salvação como se fosse mercadoria estendida em um balcão, o que se percebe de bíblico e teológico nesse conceito é que a graça salvadora de Deus é oferecida para a justificação e vem atrelada a uma mudança de iniciativa e postura.

A graça salvadora é aquela que vem sobre o homem, “morto em seus delitos e pecados” (Ef 2.1), incapaz de ter qualquer reação em relação a tudo que diz respeito a Deus para “vivificá-lo juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). É a graça que confere salvação (At 15.11; Rm 3.24; 5.15; 11.6; Tt 2.11).

A graça salvadora confere ao homem habilidades em todos os campos e esferas da vida, capacita-o a fazer boas obras e o leva a um compromisso mais sério com Deus e o sagrado. Muito embora, alguns, hoje em dia, têm tentado baratear a graça salvadora de Deus, oferecendo salvação como se fosse mercadoria estendida em um balcão, o que se percebe de bíblico e teológico nesse conceito é que a graça salvadora de Deus é oferecida para a justificação e vem atrelada a uma mudança de iniciativa e postura.

NOS CRIOU À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA; 1.27

Depois Deus criou os céus e a terra, Ele "viu tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom" (Gn 1:31). A boa palavra é traduzida do tolby hebraico, que significa "bonito, generoso, alegre, bom, bom, gracioso", o seu segundo significado é "alegre, misericórdia, amor, agradável, prazer, prosperidade, riqueza, bem ou bem favorecidas "('Gesenius Hebraico e Caldeu Lexicon). Quando Deus olhou para tudo o que Ele fez, Ele viu que tudo era muito bom. Foi uma bênção! Como visto através dos olhos de Deus, a Sua própria criação foi uma manifestação do seu amor e a sua graça.

De todas as criações de Deus, a humanidade só foi feito na imagem e semelhança de Deus. Esta bênção, que foi bounteously outorgadas à humanidade, é uma expressão profunda de amor supremo de Deus e da graça. Para demonstrar ainda mais o seu amor, quando o Senhor Deus fez Adão e Eva, Ele pessoalmente formou-las com suas próprias mãos muito. Este ato revela que o Senhor Deus destina-se desde o início para ter uma íntima relação pessoal com eles.

Nenhuma outra criatura foi formada pelas mãos de Deus. Todas as coisas criadas e outros seres foram trazidos à existência pela palavra do seu comando, através do poder do Seu Espírito Santo. "Envias o Teu Espírito, e eles são criados" (Salmo 104:30). Da criação dos céus, as Escrituras revelam: "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca" (Salmo 33:6). Novamente as Escrituras confirmar, "Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor dos céus, louvai-o nas alturas. Louvai-o, todos os Seus anjos; vos louvarei, todos os seus exércitos. Louvai-o, sol e lua, louvai-o, todas as estrelas luzentes. Louvai-o, céus dos céus, e as águas que ser acima dos céus. Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados "(Salmo. 148:1-5).

O próprio ato do próprio Senhor Deus respirando o sopro da vida para o homem revela a íntima relação que Deus queria ter com a humanidade. Quando Deus soprou o fôlego da vida em Adão, Deus também deu a conhecer uma essência espiritual especial, chamado de "O espírito do homem" (Jó 32:8, 33:4, Zc 12:01; I Coríntios. 2:9-11), dando-lhe a capacidade única de pensar e raciocinar, portanto, a aquisição de conhecimentos e de tomar decisões com base em que o conhecimento. Ao mesmo tempo, Deus também implantado em mente Adão uma linguagem totalmente em funcionamento para que ele pudesse se comunicar com seu Criador.

De todos os seres vivos que o Senhor Deus tinha feito, apenas o homem e a mulher foram criados para dar e receber amor em uma maneira mais íntima e pessoal. Nenhum dos outros seres criados foram feitas para dar e receber amor sexual face a face. Esta bênção especial do amor e da graça não foi estendida a qualquer outro ser carnal que o Senhor Deus tinha feito. Só o homem foi criado à imagem de Deus para a finalidade de compartilhar o poder e a imortalidade e glória de Deus!

DEU OPORTUNIDADE DE ESCOLHER A VIDA ETERNA; 2.9,15-17;3.22

Deus também revelou seu amor e graça de Adão e Eva, criando o paraíso para se viver pol Foi chamado o Jardim do Éden. Deus providenciou tudo para eles. "E o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, para o oriente, e pôs ali o homem que tinha formado. E fora do solo fez o Senhor Deus brotar toda árvore que é agradável à vista e boas para comida, a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal "(Gen. 2:8-9).

Após a colocação de Adão no jardim, Deus deu-lhe instruções e apresentar-lhe as escolhas. "E o Senhor Deus tomou o homem eo pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar. E o Senhor Deus ordenou ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás, porque no dia em que dele comerdes você morrerá significado literal [do hebraico, "morrendo, certamente morrerás"] "(Gen. 2:15-17).

ALERTOU QUANTO A CONSEQUENCIA DO PECADO; 3.2,3

Ao criar a Árvore da Vida no Jardim do Éden, Deus revelou que a maior graça mesmo estava disponível para Adão e Eva. A verdade bíblica é que a vida eterna, simbolizada pela Árvore da Vida, é o destino final da humanidade. É com esta finalidade que Deus criou Adão e Eva no começo. Quando Deus colocou no Jardim do Éden, Ele deu-lhes o livre acesso à Árvore da Vida. Se tivessem comido dessa árvore, Deus teria revelado a eles o caminho da salvação espiritual e a vida eterna. A Palavra de Deus revela que a salvação espiritual e a vida eterna são supremos atos do Deus de amor e graça para a humanidade.

Quando eles comeram da árvore, seguindo a Satanás, rejeitando a forma como Deus da vida, eles se separam de Deus e Suas bênçãos, e perdeu seu estado original de graça. Como resultado, eles perderam o direito à Árvore da Vida. Através de sua desobediência, Adão e Eva trouxe o pecado, miséria e morte para este mundo! Curses veio em vez de bênçãos, o ódio em vez do amor, o julgamento em vez de graça, a tristeza, em vez de alegria, guerra em vez da paz e da morte em vez da vida eterna.

SEMPRE VAI A BUSCA DO PECADOR; 3.8,9

Noé achou graça

Em meio a esta sociedade corrupta e pecaminosa, apenas um homem permaneceu fiel a Deus e achou graça em seus olhos. "Mas Noé achou graça aos olhos do Senhor .... Noé era um homem justo [era] justo e perfeito [isto é, espiritualmente sincero e maduro] em suas gerações, e Noé andou com Deus" (Gn 6: 8-9).

Deus estendeu Sua graça a Noé porque amou a justiça e de bom grado obedeceu os mandamentos de Deus. Noé foi capaz de permanecer na graça de Deus e favor, porque ele obedeceu diligentemente a Deus em tudo.

Abraão achou graça

Abraão foi chamado por Deus, que foi um ato de graça. Mais uma vez, Deus foi graciosamente, descendo para dar uma bênção para um ser humano que estava disposto a amar ea obedecer-Lhe.

Ló achou graça

Ló e suas duas filhas solteiras foram salvos da destruição de Sodoma e Gomorra, por meio da graça.

Ló achou graça aos olhos do Senhor, que concedeu o seu pedido e atrasou a destruição de Sodoma e Gomorra até Ló e suas filhas tinham segurança entrou na cidade de Zoar. Através de Sua graça, Deus poupou Ló e suas duas filhas!

Moisés achou graça

Moisés estava rogando a Deus pela graça e pela Sua presença para levar os filhos de Israel na Terra Prometida. "E o Senhor disse a Moisés: 'Farei também isto que você falou: por que você tem achado graça aos meus olhos, e eu conheço pelo nome" (vers. 17).

Obediência e da vida, ou a desobediência e a morte

Tal como aconteceu com Adão e Eva, Deus colocou diante dos filhos de Israel, dois modos de vida, e eles eram obrigados a fazer uma escolha. Por um lado, Ele colocou diante deles o seu modo de vida e bom, e por outro lado, os seus próprios caminhos de morte e do mal. "Veja, eu pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal, em que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos, e guarda os seus mandamentos e os seus estatutos e os seus juízos que você pode viver e multiplicar-se, o Senhor teu Deus te abençoe na terra para onde você vá para possuí-la "(Dt 30:15-16).

O Exemplo de Acabe

Embora Acabe era um dos mais vis, pecadores ímpios em toda a história dos reis de Israel, ele não tomou de ânimo leve advertência de Deus. Acabe reação Aviso aos poderosos de Deus sentença de condenação e morte pela boca de Elias, o profeta! "E aconteceu que, quando Acabe ouviu essas palavras, rasgou [arrancou suas vestes, e pôs saco sobre a sua carne, e jejuou, e jazia em saco, e andava mansamente" (versículo 27).

Que arrependimento! O que uma mudança de coração, acompanhada pelo jejum e pranto! Porque Acabe se humilhou e se arrependeu, Deus atrasou a execução de sua sentença. "E a palavra do Senhor veio a Elias, o tisbita, dizendo:" Você vê como Acabe é humilhar-se diante de mim? Porque ele é humilhar-se diante de mim, não trarei este mal nos seus dias, mas no filho seus dias trarei o mal sobre a sua casa "(vers. 28-29).

O Exemplo de Nínive

Enquanto Deus lidou especificamente com Israel e Judá como Seu povo escolhido, o Velho Testamento mostra que Deus também homenageou o arrependimento dos gentios que se humilharam diante dEle.

Vendo o seu arrependimento, Deus a execução adiada de seu julgamento. "Então o povo de Nínive [a capital da Assíria] creu em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior deles até o menor deles. A notícia chegou também ao rei de Nínive, e ele se levantou de seu trono, e ele colocou o seu manto dele, e o cobriu de saco, e sentou-se em cinzas.

"Quem pode dizer se voltará Deus, e arrepender-se e afastam-se da Sua ira, que não pereçamos?" E Deus viu as suas obras, que se converteram do seu mau caminho, e Deus se arrependeu do mal, que Ele tinha dito que lhes faria, e Ele não o fez "(Jonas 3:5-10).

Sim, o Senhor Deus do Antigo Testamento, que mais tarde tornou-se Jesus Cristo do Novo Testamento, era um Deus de misericórdia e de bondade. Ele estendeu a graça e perdão a todos aqueles que se arrependeram, se israelitas, judeus ou gentios.

PROVEU SOLUÇÃO PARA A VERGONHA DO PECADO; 3.21

"'Deus é infinitamente bom?, perguntávamos. 'Sim, infinitamente.' 'Ele sabe tudo que vai acontecer?' 'Sim...'respondia o padre, já desconfiado. 'Então, se ele sabe que fulano vai pecar e vai para o inferno, por que ele cria o cara?' Nenhum padre me respondeu essa questão atéia, até hoje." Arnaldo Jabor

(Cl 1.15-17) Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.

Entre todos os textos paulinos este é um dos que explicitamente afirmam a preexistência de Cristo: já existia antes da criação. E porque existia antes da criação, serviu de modelo para a criação toda. E não foi somente modelo, mas participou ativamente na criação. Não somente participou no passado, mas permanece princípio ativo para manter essa criação na existência, na unidade, para organizá-la e conduzí-la ao seu destino [José Comblin].

Por que toda a criação seria creditada ao Deus filho a partir do mistério da sua encarnação?

(1Pe 1:18-20) - sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, pré-estabelecido de fato – Henry Alford antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós.

Pedro parece informar que o derramamento do sangue de Cristo foi preestabelecido antes da fundação do mundo. O que significaria que antes que todas as coisas fossem criadas, o Deus filho fez uma entrega, o seu próprio sangue.

(Ap 13:8) - e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.

"'Desde a fundação do mundo'. Em harmonia com 1 Pe 1.18-21, ensina-se que o Sacrifício de Cristo fez parte do propósito divino antes da fundação do mundo. Os decretos e propósitos de Deus são tão concretos e reais como o próprio acontecimento (At2.23; Ef 1.4)." [Russell P. Shedd].

Em assim sendo, o que aconteceu, imediatamente, antes da fundação do mundo foi o decreto do sacrifício do Deus filho, o que significaria que, previamente a toda a criação, o Deus filho se assumiu como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (Jo 1:29). Seria esse o fator exógeno que explicaria a criação de todas as coisas, assim como a sua manutenção? Só valeu a pena criar porque antes que a criatura se voltasse contra o criador, este sacrificou-se por ela, para a resgatar.

O decreto em questão, também, teria força suficiente para manter a existência, uma vez que tal sacrifício mediaria a relação de um Deus santo com uma criação rebelada.

Se assim for:

1-os cordeiros imolados no velho testamento não só apontavam para o futuro como para algo acontecido antes do tempo e, portanto, sempre presente, pois, ato na eternidade;

2-há uma verdade sobremodo assombrosa no verso todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. (Jo 1:3).

Poderíamos, então, dizer, que graça é o favor que o sacrifício de Cristo, instituído na eternidade e manifesto na história, tornou possível; por justificar o ato onisciente da criação e a manutenção de um mundo que se tornou mal, assim como o seu resgate.

Parafraseando Paulo: pela graça todas as coisas foram criadas, mantidas e tornadas passíveis de resgate; e isto é dom de Deus.

CONCLUSÃO

Como vimos, Deus estendeu Sua graça livremente para os indivíduos e as nações que humildemente procurou a Sua graça nos tempos do Antigo Testamento. Deus concedeu a Sua graça a Enoque, Noé, Abraão, Isaac, Jacó, José, Moisés, os filhos de Israel, os ninivitas, David, e até mesmo os reis Acabe e Manassés, quando eles se arrependeram de suas maldades.

Todo o Antigo Testamento é uma demonstração da graça de Deus bondade e misericórdia. No entanto, a graça ea misericórdia que Deus lhe concedeu, durante os tempos do Velho Testamento era, em muitos casos, limitada a libertação física e bênçãos materiais. As Escrituras revelam que apenas em alguns tempos do Antigo Testamento receberam do Espírito Santo de Deus que lhes foi concedida a graça de Deus para a salvação eterna. No entanto, a bênção de Deus e da graça foi prorrogado em abundância no reino físico para aqueles que amava a Deus e guardaram Seus mandamentos. E a misericórdia eo perdão foi estendido a todos os que se arrependeram do coração.

Járber SOUSA
Bacabal-MA, em 14 de julho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

A PERSEVERANÇA DOS SANTOS; Um Estudo Comparativo.





"Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo";(Fp 1.6)

"Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou"(Rm 8.29,30).

INTRODUÇÃO

Como saber se continuaremos cristãos até o fim da vida? Será que há alguma coisa que nos impeça de nos afastar de Cristo, algo que garanta que nos conservaremos cristãos até a morte e que de fato viveremos com Deus no céu para sempre? Ou será possível que nos afastemos de Cristo e percamos as bênçãos da salvação?

O tema da perseverança dos santos ou da segurança da salvação trata dessas questões: pela perseverança dos santos, todos aqueles que verdadeiramente nasceram de novo serão guardados pelo poder de Deus e perseverarão como cristãos até o final da vida, e só aqueles que perseverarem até o fim realmente nasceram de novo .

Essa definição tem duas partes. Indica primeiro que há uma garantia a ser dada àqueles que realmente nasceram de novo, pois lhes lembra de que o poder de Deus irá conservá-los cristãos até a morte e que certamente viverão com Cristo no céu para sempre. Por outro lado, a segunda metade da definição deixa claro que a perseverança na vida cristã é uma das evidências de que a pessoa realmente nasceu de novo. É importante ter em mente também esse aspecto da doutrina, para que não se dêem falsas garantias a pessoas que na verdade nunca foram crentes.

Convém notar que essa questão é um ponto de forte discordância entre os cristãos evangélicos há muito tempo. Muitos da tradição wesleyana-arminiana sustentam que é possível que alguém realmente nascido de novo venha a perder a salvação, enquanto os cristãos reformados defendem que isso é impossível para uma pessoa verdadeiramente nascida de novo. A maioria dos batistas segue a tradição reformada nesse ponto; porém, eles muitas vezes usam a expressão “segurança eterna” ou “segurança eterna do crente” e não “perseverança dos santos”.

Esse trabalho tem como objetivo apresentar um equilíbrio comparativo entre as divergências de conceitos dos temas, uma vez que, as maiores denominações que primam pelas Escrituras como fonte infalível da sã doutrina. É necessário termos uma melhor compreensão do assunto sem apelar para os extremos, observando as marcas deixadas na história eclesiástica e teológica que esse assunto nos deixou.

CONCEITOS DO TERMO EM “DEBATE”

"Esta segurança infalível não pertence de tal modo à essência da fé, que um verdadeiro crente, antes de possuí-la, não tenha de esperar muito e lutar com muitas dificuldades; contudo, sendo pelo Espírito habilitado a conhecer as coisas que lhe são livremente dadas por Deus, ele pode alcançá-la sem revelação extraordinária, no devido uso dos meios ordinários. É, pois, dever de todo o fiel fazer toda a diligência para tornar certa a sua vocação e eleição, a fim de que por esse modo seja o seu coração no Espírito Santo confirmado em paz e gozo, em amor e gratidão para com Deus, em firmeza e alegria nos deveres da obediência que são os frutos próprios desta segurança. Este privilégio está, pois, muito longe de predispor os homens à negligência ( I Jo 5.13; 1 Co 2.12; 1 Jo 4.13; Hb 6.11,12; 11 Pe 1.10; Rm 5.1,2,5; 14.17; 15.13; Sl 119.32).

Para o teólogo pentecostal Stanley Horton, biblicamente, o termo perseverança não significa que todo aquele que professar a fé em Cristo e se tornar parte de uma comunidade de crentes tem segurança eterna . De acordo com as Escrituras, a perseverança refere-se à operação contínua do Espírito Santo, mediante a qual a obra que Deus começou em nosso coração será levada a bom termo (Fp 1.6).

A teologia reformada usa os termos perseverança ou preservação dos santos quando trata da segurança eterna em Cristo dos verdadeiros cristãos. Esses termos representam uma abordagem equilibrada da doutrina bíblica segundo qual a perseverança na fé cristã é necessária para receber a recompensa final da salvação eterna, sendo porém, garantida pelo fato de que Deus preserva todos aqueles que creram verdadeiramente em Cristo.

Várias outras tradições cristãs divergem tomando um de dois rumos. Por um lado, há quem ensine a possibilidade de pessoas que exercitaram fé salvadora e foram genuinamente regeneradas em Cristo perderem a salvação. Para isso lançam mão de passagens das Escrituras que advertem acerca da apostasia e exigem a obediência a fim de receber a recompensa as salvação eterna ( Sl 69.28; Mt 24.13; Lc 9.32; Jo 2.23-24; 1 Co 9.27; Hb 3.6; 6.1-8; 2 Pe 2.21,22; Ap 2.7,11,17; 22.19).

Por outro lado, alguns ramos da Igreja ensinam que a única coisa necessária para a salvação eterna é uma profissão de fé sincera, uma decisão de receber a Cristo como salvador. Para isso, se valem de passagens que enfatizam a justificação somente pela fé e a salvação como dom gratuito que não pode ser perdido (Jo 3.16; At 16.31; Rm 3.28; Gl 2.16).

O CONCEITO REFORMADO (Calvinista)

É conhecido entre os estudantes de teologia que a doutrina de João Calvino não foi criada por ele. Foi ensinado por santo Agostinho, o grande teólogo do quarto século. Nem tampouco foi criada por Agostinho, que afirmava estar interpretando a doutrina de Paulo sobre a livre graça.

O conceito de Calvino sobre o tema, é como segue; a salvação é inteiramente de Deus; o homem absolutamente nada tem a ver com a salvação. Se ele, o homem se arrepender, crer e for a Cristo, é inteiramente por causa do poder atrativo do Espírito Santo de Deus. Isso se deve ao fato de que a vontade do homem se corrompeu tanto desde a queda, que, sem a ajuda de Deus, não pode nem se arrepender, nem crer, nem escolher corretamente. Esse foi o ponto de partida de Calvino, a completa servidão da vontade do homem ao mal.

A salvação, por conseguinte, não pode ser outra coisa senão a execução dum decreto divino que fixa sua extensão e suas condições.

Naturalmente surge esta pergunta: se a salvação é inteiramente obra de Deus, e o homem não tem nada a ver com ela, então por que Deus não salva a ‘todos’ os homens, posto que todos estão perdidos e desamparados? A resposta de Calvino era; deus predestinou alguns para serem salvos e outros para serem perdidos. A predestinação é o eterno decreto de Deus, pelo qual ele decidiu o que será de cada um e de todos os indivíduos. Pois nem todos são criados na mesma condição, mas a vida eterna estar preordenada para alguns, e a condenação eterna para outros.

Ao agir dessa maneira Deus não é injusto, pois ele não é obrigado a salvar a ninguém, a responsabilidade do homem permanece, pois a queda de Adão foi a sua própria falta, e o homem sempre é responsável por seus pecados. Posto que Deus predestinou certos indivíduos para a salvação. Cristo morreu unicamente pelos “eleitos”, a expiação fracassaria se alguns pelos quais Cristo morreu se perdessem.

Dessa doutrina da predestinação segue-se o ensino de “uma vez salvo sempre salvo”; porque se Deus predestinou um homem para a salvação e unicamente pode ser salvo e guardado pela graça de Deus, que é irresistível, então nunca pode perder-se.

Os defensores da doutrina da “segurança eterna” apresentam as seguintes referências para sustentar sua posição: João 10.28,29; Romanos 11.29; Filipenses 1.6; 1 Pedro 1.5; Romanos 8.35; João 17.6.

O CONCEITO ARMINIANO

O ensino arminiano sobre esse tema é como segue; a vontade de Deus é que todos os homens sejam salvos, porque Cristo morreu por todos (1 Tm 2.4-6; Hb 2.9; 2 Co 5.14; Tt 2.11,12). Com essa finalidade ele oferece sua graça a todos. Embora a salvação seja obra de Deus, absolutamente livre e independente de nossas boas obras ou méritos, o homem tem certas condições a cumprir. Ele pode escolher aceitar a graça de Deus, ou pode resistir-lhe e rejeitá-la. Seu direito de livre arbítrio sempre permanece.

As Escrituras ensinam uma predestinação, mas não que Deus predestina alguns para a vida eterna e outros para o sofrimento eterno. Ele predestina “a todos os que querem” a serem salvos; esse plano é bastante amplo para incluir a todos que realmente desejam ser salvos. Essa verdade tem sido explicada da seguinte maneira: na parte de fora da porta da salvação lemos as palavras; “quem quiser pode vir”, quando entramos por essa porta e somos salvos, lemos as palavras no outro lado da porta: “eleitos segundo a presciência de Deus’. Deus, em razão de seu conhecimento, previu o destino delas, mas não o fixou.

A doutrina da predestinação é mencionada, não com propósito especulativo, e, sim, com propósito prático. Quando Deus chamou Jeremias ao ministério, ele sabia que o profeta teria uma tarefa muito difícil e poderia ser tentado a deixá-la. Para encorajá-lo, o Senhor assegurou ao profeta que o havia conhecido e o havia chamado antes de nascer (Jr 1.5). Com efeito, o Senhor disse; “Já sei o que estar adiante de ti, mas também sei que posso te dar graça suficiente para enfrentares todas as provas futuras e conduzir-te a vitória.” Quando o Novo Testamento descreve os cristãos como objetos da presciência de Deus, seu propósito é dar-nos certeza do fato de que Deus previu todas as dificuldades que surgirão à nossa frente, e que ele pode nos guardar e nos guardará de cair.

COMPARAÇÃO DE CONCEITOS

A salvação é condicional ou incondicional? Uma vez salva, a pessoa é salva eternamente? A resposta dependerá da maneira em que podemos responder às seguintes perguntas-chave: de que depende a salvação? É irresistível a graça?

a. De quem depende, em última análise, a salvação: de Deus ou do homem: certamente deve depender de Deus, porque, quem poderia ser salvo se a salvação dependesse da força da própria pessoa? Podemos estar seguros disto: deus nos conduzirá a vitória, não importa quão débeis ou desatinados sejamos, uma vez que sinceramente desejamos fazer a sua vontade. Sua graça está sempre presente para nos admoestar, reprimir, animar e sustentar.

b. Pode se resistir à graça de Deus? Um dos princípios fundamentais da teologia reformada é que a graça é resistível. Quando Deus decreta a salvação de uma pessoa, seu Espírito atrai, e essa atração não pode ser resistida. Portanto, um verdadeiro filho de Deus o castigará e pelejará com ele. Ilustrando a teoria reformada diríamos; é como se alguém estivesse a bordo de um navio, e levasse um tombo; contudo está a bordo ainda; não caiu no mar.

Mas o Novo Testamento ensina, sim, que é possível resistir à graça divina e resistir para a perdição eterna (João 6.40; Hebreus 6.46;; 10.26-30; 2 Pedro 2.21; Hebreus 2.3; 2 Pedro 1.10), e que a perseverança é condicional dependendo de manter-se em contacto com Deus.

Note-se especialmente Hb 6.4-6 e 10.26-29. Essas palavras foram dirigidas a cristãos. As epístolas de Paulo não foram dirigidas aos não-regenerados. Aqueles aos quais foram dirigidas são descritos como havendo sido uma vez iluminados, havendo provado o dom celestial, participantes do Espírito Santo, havendo provado a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro. Essas palavras certamente descrevem pessoas regeneradas.

Aqueles aos quais foram dirigidas essas palavras eram cristãos hebreus, que, desanimados e perseguidos (10.32-39), estavam tentados a voltar ao Judaísmo. Antes de serem novamente recebidos na sinagoga, requeria-se deles que, publicamente, fizessem as seguintes declarações (10.29); que Jesus não era Filho de Deus; que seu sangue havia sido derramado justamente como o dum malfeitor comum; e que seus milagres foram operados pelo poder do maligno. Tudo isso está implícito em Hebreus 10.29.

Lendo 1 Coríntios 10.1-12, percebemos os coríntios se haviam jactado de sua liberdade cristã e da possessão dos dons espirituais. Entretanto, muitos estavam vivendo num nível muito pobre de espiritualidade. Evidentemente eles estavam confiando em sua posição e privilégios no Evangelho. Mas Paulo os adverte de que os privilégios podem perder-se pelo pecado, e cita os exemplos dos israelitas. Estes foram libertados duma maneira sobrenatural da terra do Egito, por intermédio de Moisés, e, como resultado, o aceitaram como seu chefe durante a jornada para a terra prometida. A passagem pelo Mar Vermelho foi um sinal de sua dedicação à direção de Moisés. Cobrindo-os estava a nuvem, o símbolo sobrenatural da presença de Deus que os guiava. Depois de salvá-los do Egito, Deus os sustentou, dando-lhes, de maneira sobrenatural, o que comer e beber. Tudo isso significava que os israelitas estavam em graça, isto é; no favor e na comunhão com Deus.

Mas “uma vez em graça sempre em graça” não foi verdade no caso dos israelitas, pois a rota de sua jornada ficou assinalada com as sepulturas dos que foram destruídos em conseqüência de suas murmurações, rebelião e idolatria. O pecado interrompeu sua comunhão com Deus, e, como resultado, eles caíram da graça. Paulo declara que esses eventos foram registrados na Bíblia para advertir os cristãos quanto à possibilidade de perder os mais sublimes privilégios por meio do pecado deliberado.

EQUILÍBRIO ESCRITURÍSTICO DOS CONCEITOS

As respectivas posições fundamentais, tanto do Calvinismo como do Arminianismo, são ensinadas nas Escrituras. O Calvinismo exalta a graça de Deus como a única fonte de salvação, e assim o faz a Bíblia; o Arminianismo acentua a livre vontade e responsabilidade do homem, e assim o faz a Bíblia.

A solução prática consiste em evitar os extremos antibíblicos de um e de outro ponto de vista, e em evitar colocar uma idéia em aberto antagonismo com a outra. Quando duas doutrinas bíblicas são colocadas em posição antagônica, uma contra a outra, o resultado é uma reação que conduz ao erro. Por exemplo: a ênfase demasiada à soberania de e à graça de Deus na salvação pode conduzir a uma vida descuidada, porque se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm a ver com sua salvação, pode tornar-se negligente. Por outro lado, ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, como reação contra o Calvinismo, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo e despojá-las de toda confiança de sua salvação. Os dois extremos que devem ser evitados são: a ilegalidade e o legalismo.

Quando Charles Finney ministrava em uma comunidade onde a graça de Deus havia recebido excessiva ênfase, ele acentuava muito a responsabilidade do homem. Quando dirigia trabalhos em localidades onde a responsabilidade humana e as obras haviam sido fortemente defendidas, ele acentuava a graça de Deus. Quando deixamos os mistérios da predestinação e nos damos à obra prática de salvar as almas, não temos dificuldades com o assunto. John Wesley era arminiano e George Whitefield calvinista. Entretanto, ambos conduziram milhares de almas a Cristo.

Muitos pregadores piedosos reformados, do tipo de Charles Spurgeon têm pregado a perseverança dos santos de tal modo a evitar a negligência. Eles tiveram muito cuidado de ensinar que o verdadeiro filho de Deus certamente perseveraria até o fim, mas acentuaram que se não perseverassem, poriam em dúvida o fato do seu novo nascimento. Se a pessoa não procurasse andar na santidade, dizia Calvino, bem faria em duvidar de sua eleição.

É inevitável defrontarmo-nos com mistérios quando nos propomos tratar as poderosas verdades da presciência de Deus e a livre vontade de Deus; mas se guardarmos as exortações práticas das escrituras, e nos dedicamos a cumprir os deveres específicos que se nos ordenaram, não erraremos. “As coisas encobertas são para o Senhor Deus, porém as reveladas são para nós” (Dt 29.29).

CONCLUSÃO

Posso concluir sugerindo que não é prudente insistir falando indevidamente dos perigos da vida cristã. Maior ênfase deve ser dada aos meios de segurança; o poder de Cristo como Salvador; a fidelidade do Espírito Santo que habita em nós; a certeza das divinas promessas, e a eficácia infalível da oração.

À luz das Escrituras fica claro que os santos perseveram, não em virtude de uma mudança de caráter constitucional, mas como resultado da influência permanente do Espírito santo que habita dentro de cada um. Os santos se mentem no sentido de que toda a obediência é de sua responsabilidade; toda a sua piedade consiste na sua própria obediência voluntária; porém Deus os mantém, no sentido de que, a cada exemplo e a cada momento de obediência, Ele os persuade, e os ilumina, e os impulsiona a tal ponto que Ele mesmo assegura a obediência voluntária de cada um; ou seja, Ele impulsiona e os santos prosseguem. Ele os persuade e os santos se entregam às suas persuasões.

Na realidade, a certeza da salvação dada a todos os crentes verdadeiros mediante o Espírito Santo que em nós habita, é que, pela graça mediante a fé, estamos em Cristo, nossa redenção e justiça. E, estando nEle, temos segurança eterna. Esta verdade aplica-se aos calvinistas e arminianos. Ambos os pontos de vista concordam que não ousamos presumir, mas não precisamos ter medo.

A certeza da vida eterna é obra do Espírito Santo no coração dos salvos em Cristo Jesus; é a conseqüência natural da esperança; é o resultado da fé; é a vitalidade do amor ao Pai, da submissão ao Filho, das consolações do Espírito.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BERKHOF, L. (2007). Teologia Sistemática. São Paulo: CEP.
FINNEY, C. (2009). Teologia Sistemática. Rio de Janeiro : CPAD.
GENEBRA, B. d. (2009). São Paulo: CEP.
GRUDEM, W. (1999). Teologia Sistemática, atual e exaustiva. São Paulo: Vida Nova.
HORTON, S. M. (2001). Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD.
PEALMAN, M. (2002). Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Vida.


Járber SOUSA
Vargem Grande Paulista, SP
01 de junho de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

A verdadeira Igreja Católica


"Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Feliz és Simão filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou, mas meu Pai que está nos céus. Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela…" Mt 16:16-18

Como é interessante as questões da pós-modernidade. Neste novo século já tivemos uma guerra baseada em mentiras de dois representantes de governos (EUA e Inglaterra) e agora a declaração de Bento XVI sobre a verdadeira Igreja.

O Vaticano publicou em 10/07/2007 um documento que declara que a Igreja Católica Romana é a única igreja verdadeira. Seu objetivo é combater o "relativismo eclesiológico".

Ah! se Lutero estivesse vivo!

Seria injusto simplesmente condenar ou apreciar as declarações papistas sem antes examinar a história de como a teologia progrediu ou regrediu dentro dos limítes do mundo católico.

Por favor, não me refiro aqui a moral, mas aos conceitos anti-bíblicos de uma igreja que intenta pela força de uma antiga ditadura menosprezar outras correntes de pensamento.

Desde antes da Idade Média surgiram pessoas tentando defender a Igreja católica dos ataques dos perversos. Nestas várias defesas surgiram homens do calibre de Cipriano de Cártago ( 200 d.C) que a firmou: "Quem não tem Igreja como mãe não pode ter Deus como Pai", e ainda "fora da igreja não existe salvação". (História da Teologia Cristâ: 2000 anos de tradição e reformas, Roger Olson, Ed. Vida, p.118).

 As questões que sem impõe aqui  são puramente de lógica doutrinária: 1) Eu concordo com Cipriano e creio que ele está absolutamente certo em sua catolicidade da Igreja. 2) Precisamos perguntar: Qual Igreja é a mãe? E ainda: Fora de qual Igreja não existe salvação?

Antes de respondermos vamos examinar as marcas de uma verdadeira Igreja:

1) Em primeiro lugar a verdadeira Igreja têm a Cristo como único Senhor, Salvador e Cabeça. "Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo".
A própria declaração de Pedro demonstra isto. O apóstolo Paulo em sua carta nos mostra o primado de Cristo sobre todos os reis e poderes da terra quando diz: "pôs todas as coisas debaixo dos seus pés (Cristo), para ser o Cabeça, o deu a Igreja", Ef 1:22. Percebemos que no texto das palavras do apóstolo Pedro há a palavra Cristo (o Ungido de Deus) designando assim a sua natureza terrena, Filho de Deus, designando assim a sua natureza divina (Hipóstase) e o adjetivo Vivo, demonstrando assim a transcendência e Imanência de Deus.

2) Em segundo lugar a verdadeira Igreja está no coração daquele (a) à quem essa verdade foi revelada. " …quem te revelou não foi carne e sangue,(não veio de homens ou de autoridades) mas veio do Pai".
Aqui temos o caráter eclesiástico do corpo místico de Cristo. Ao mesmo tempo que habita no indivíduo, essa verdade se aplica de forma mística como a levedura na massa. Ninguém vê, assim é o Reino de Deus que se espalha e faz a obra através do Espírito Santo. É este Espírito que revelou isto a Pedro. E é este Espírito que habita em todos os verdadeiros cristãos.

 3) A Terceira marca da verdadeira Igreja é base de onde ela é edificada. Ora, uma igreja edificada em cima de homens está fadada ao fracasso. Graças a Deus, que a verdadeira Igreja não estava sobre o alicerce de Pedro. Não, não estou inventando! O próprio Pedro disse: "Chegando-vos para Ele, a pedra que vive, desprezada pelos homens mas para Deus eleita e preciosa…para vocês que creem é a preciosidade, mas para os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram se tornou a pedra principal." I Pe 2:4, 7.
Só com estas marcas tão visíveis nas Escrituras responderíamos ao Papa que ele está equivocado. Será que o Papa não erra? Esse é um dogma já caído desde o Eden, confirmado por Lutero e na Reforma, como nos diz o Apóstolo Paulo: Não há um justo, nem sequer um… e todos pecaram e precisam da glória de Deus", Rm 3:10 e 23.

4) Eu gostaria de acrescentar uma quarta marca da verdadeira Igreja. É a Bíblia como a única regra de fé e prática.  E acrescento que há Igrejas que tem usado a Bíblia mas a tem pregado de maneira errada. A reforma enfatizou o perigo da Igreja se desviar das Escrituras.
Muitos, hoje, têm pregado questões que a Igreja nunca pregou. A interpretação subjetiva está cada vez mais assolando e desviando a igreja. É necessário registrar que a igreja visível tem joio em seu meio. Nós não temos o direito de arrancar (só na consumação e ceifa final), mas devemos de lembrar que há uma igreja invisível, verdadeira e fiel e como disse Jesus: "que nenhum eu perca de todos os que me deste". Estes são os verdadeiros, aqueles que seguem a Cristo como Cabeça, Senhor e Salvador, são corrigidos pela sua palavra e estão espalhados por sobre a terra.

Infelizmente, a mãe de Cipriano (a Igreja) naqueles dias não tinha se tornado a madrasta que se desviou das marcas da verdadeira Igreja. Eu creio na Santa Igreja Apostólica Cristã. Como Lutero afirmou junto com os Reformadores, precisamos reformar a Igreja. Por isso, senhor padre, cuidado com generalizações que são produzidas pelos concílios que podem errar.
O papa está equivocado e precisa voltar a sua igreja para os caminhos da verdade de Cristo Jesus, através do arrependimento e fé no verdadeiro Cabeça - Cristo Jesus". A verdadeira Igreja é aquela que está guardada no poder Deus e demonstra as marcas visíveis de Cristo,coisa que Roma está bem distante. Mas ainda há tempo de voltar!

Que Deus nos ajude em tempos tão confusos: "…reservei para mim, 7000 mil joelhos que não se dobraram diante de Baal".
Rev. Dr. Edvaldo Beranger 
Professor de História da Teologia, Hermenêutica e Exegese do NT na FATSB - Faculdade Teológica Sul Brasileira, Vargem Grande Paulista,SP.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O AGIR DO CRENTE NAS HORAS DA ANGÚSTIA SALMO 20

 
INTRDODUÇÃO:
Como é característico na maioria dos salmos davídicos, este é mais um em que o salmista apela para o socorro divino nas horas difíceis da vida.

O fato de ele ser rei da nação escolhida de Deus não o isentava de problemas, dificuldades, adversidades, traumas, traições dentre outras provações inerentes à vida de alguém temente a Deus. Porém, ele em vez de depositar toda a sua confiança em sua soberania humana como rei, no seu poder real e nas suas riquezas materiais, Davi dá-nos uma lição magnífica de como devemos agir nas horas desagradáveis de angustias que nos sobrevêm.

Embora com suas falhas e deslizes, Davi era um homem que agradava o coração de Deus pelos simples fato de O buscar não só nas horas de adversidades como também era capaz de se arrepender e de ser sincero com Deus quando cometia algum erro que afetava sua comunhão com o Soberano e o seu relacionamento com Ele.

Que este salmo nos motive a depender mais e mais de Deus, na certeza de que Ele não só nos ouve como nos atende, não somente sabe dos nossos atritos como pode solucioná-los, não somente sabe das nossas necessidades como pode supri-las.

Para que estas bênçãos venham sobre nossas vidas e de nossa família, devemos seguir os passos aqui descritos como lições de progresso espiritual e vitorias devido à nossa forma de agir em meio às angustias da vida.

Com base nesse salmo de Davi, te convido a meditar comigo sobre como devemos agir nas horas de turbulentas adversidades;

TEMA: O AGIR DO CRENTE NA HORA DA ANGUSTIA

1. BUSCAR A PROTEÇÃO DIVINA – v. 1-3

“Que o SENHOR te responda... o nome do Deus de Jacó te proteja!” v.1

“Do santuário te envie auxílio e de Sião te dê apoio.” v.2

Esta é uma oração intercessora em favor do rei. Uma súplica ao Soberano e Rei dos reis em prol de um rei limitado e vulnerável aos males da vida. Davi ora em seu próprio favor, pois que estava prestes a enfrentar uma árdua guerra contra um dos seus maiores inimigos. Deus já concedera inúmeras vitórias a Davi, essa oração para muitos pode ser considerada falta de fé, confiança, desespero e desesperança, o que não é!

O salmista Davi embora sendo rei como especificado acima na introdução, era além de tudo um homem comum, como você e eu sujeito às mesmas preocupações e sentimentos.

Essa oração reflete nada mais do que a sábia decisão do rei em buscar apoio em quem realmente “mandava no pedaço”, no IEOVÁ SHABAOTH o Senhor dos Exércitos. Buscar apoio em quem ele conhecia como o Deus da nação de Israel, a mesma que ele reinava. Diante dessa angustia que o consumia, o perseguição dos inimigos, a blasfêmia destes contra o seu povo e o seu Deus o afetavam talvez o fazendo perder o sono e até o apetite.

Mas de repente Davi lembra-se talvez do dia em que Golias afrontou o povo de Israel e da vitória que ele teve sobre o gigante como resultado de sua confiança no Senhor dos Exércitos; ele recobra um pouco as forças e clama por auxílio, por socorro e proteção como resultado como resposta às suas orações.

Meu querido irmão, qual a tua situação nesse momento eu não sei, e se soubesse era bem provável que eu seria apenas mais um, a saber, sem ter condições de resolver, talvez o máximo que eu poderia fazer era orar, o que as vezes para nós devidos as terríveis angustias da vida não resultam em nada.

É nesse momento que você deve fazer como o rei Davi, esqueceu que era rei e se humilhou como súdito dependente daquele que tem todo o poder. Faça você o mesmo, deixe parta trás o teu ego, a tua posição social, os teus bens ou qualquer coisa que te impede de se dobrar diante do Rei da Glória, e clama por auxílio, busca por respostas e proteção.

Certamente, do seu santuário o SENHOR se voltará para ti e te abençoará da mesma forma que abençoou a Davi. Você crer nisso? Então levante a cabeça curve-se diante do SENHOR e busque por sua proteção e intervenção divina nas horas de angustias da tua vida e sejas ricamente abençoado. Porém buscar é uma coisa, outra coisa mais importante do que simplesmente chorar, gritar, clamar e buscar auxílio divino é ter esperança de que ele vai agir.

2. TER ESPERANÇA EM DEUS – v. 4-5

“Conceda-te o desejo do teu coração e leve a efeito todos os teus planos.” v. 4

Ter esperança em Deus vai muito mais além do simplesmente orar. Lembra-te do famoso texto de II Crônicas 7.14 que diz; “Se o povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter... então eu ouvirei dos céus...”.

Perceba que não bastasse ser algo condicional “se”, o texto afirma claramente que só se humilhar não é suficiente. Não bastava Davi somente agir como se não fosse rei, mas como súdito. Não era suficiente também além de se humilhar, apenas orar. Era necessário buscar, essa busca não seria refletida na humilhação nem na oração, mas na mudança de vida, isto é, o abandono dos seus pecados. O povo tinha que deixar para trás todas as suas expectativas e desejos contrários a vontade do Altíssimo.

Assim fez Davi, deixou para trás não somente sua força real, mas todas as suas fontes de ajuda que não fosse o poder e a intervenção de Deus. Se Davi não depositasse sua esperança em Deus, ele logo após orar agiria simultaneamente além da terrível ansiedade, um grande desespero. Uma falta de confiança; “Será se Deus vai me ajudar, será se ele vai me ouvir e me responder?”. Esse é o modelo típico de perguntas que fazem aqueles que oram, buscam, mas que não confiam que Deus vai agir.

Davi anseia que o SENHOR conceda-lhe o desejo do seu coração e leve a efeito todos os seus planos. No final do versículo cinco ele ressalta isso novamente dizendo; “Que o SENHOR atenda todos os teus pedidos”.

Coloque-se no lugar de Davi agora, prestes a enfrentar uma terrível guerra. Como você agiria? O que e como você faria? Sei que é fácil eu tentar te induzir a fazer o mesmo que Davi, sendo que sei também que não é fácil esperar enquanto para nós o que importa é urgência. Mas também sei meu irmão, que de nada vai adiantar buscarmos ao SENHOR como o coração cheio de duvidas ou ansiedades.

Por isso te convido a juntamente comigo orarmos ao SENHOR não somente por socorro, mas para que Ele nos conceda graça para aprendermos a esperar nEle na certeza de que Ele vai agir em nosso favor. De que ele vai atender os desejos do nosso coração, desde que estes desejos estejam de acordo com a vontade dEle, o que na verdade é o melhor para nós.

Aprenda meu irmão (ã) ter mais esperança em Deus, sei que às vezes tudo parece ser o fim, não vai mais, não consegue e não sabe mais o que fazer. Deus sabe! Deus pode! Deus faz! E você, crer? Então entrega teu caminho ao SENHOR confia nEle e tudo Ele fará.

3. ESTAR FIRME E CONFIANTE NO SENHOR – v 6-8

“Agora sei que o SENHOR dará vitória ao seu ungido...” v. 6

“... mas nós confiamos no nome do SENHOR, o nosso Deus.” V. 7



“... nós nos erguemos e estamos firmes.” V. 8

Davi no decorrer de sua oração parece passar por um processo que o conforta e enche-o de tamanha confiança que enfaticamente descreve sua fé em afirma que agora ele sabe que o SENHOR lhe dará vitória (v.6).

Amados, é normal nas horas difíceis procurarmos um amigo ou alguém que possa nos ouvir os desabafos e de certa forma nos ajudar a superar as dificuldades. Mas há momentos que nada e nem ninguém nessa baixa terra pode fazer algo para nos ajudar. É nestas horas que devemos fazer como o salmista, buscar o SENHOR, uma vez que Ele é o socorro bem presente na hora da tribulação (Sl 46.1).

À medida que nós conversamos com uma pessoa, mas intima dela nós ficamos. Com Deus também não é diferente, á medida que oramos, conversamos com Ele, passamos a conhecê-lo mais, e à medida que o conhecemos mais, passamos a confiar mais nEle. Assim aconteceu com Davi, de tanto estar com ele nas horas de angustia, ele passou a invocá-lo sempre, tanto nas horas de angustia como de vitorias. Isso é descrito no verso cinco, que ele diz que bradará a vitória e levantará as bandeiras em nome do seu Deus.

Davi relata ainda algo sobre seus inimigos que a inicio pareciam ser temidos, mas que agora eram simplesmente homens que confiavam em carros e cavalos. Mas ele e seu povo eram mais fortes, pois confiavam no nome do seu Deus. Davi reconhece que estes inimigos vacilam e caem, mas que os que confiam no SENHOR embora caindo se erguem e ficam firmes (v.8).

Meu amado irmão, eu não faço nem idéia de onde está a tua estima agora, o teu vigor talvez já tenha se esgotado e a tua esperança vai se esvanecendo e estás em situação crítica quanto em quem confiar. Peço-te em nome de Cristo que tu voltes a ter inteira confiança em Deus. A te firmares mais e mais em seu poder e passe a chamá-lo de meu Deus ou nosso Deus, esse era o termo usado por Davi nesse salmo.

Ore, busque, chore, grite, mas não se desespere. Não desista. Não pare. Vá em frente, levanta a cabeça, pois, em breve estarás erguendo a bandeira da vitória. E tal como Davi passe agora a ter a firme convicção de que o SENHOR te dará vitória.

CONCLUSÃO:

“SENHOR, concede vitória ao rei! Responde-nos quando clamamos!” v. 9

Queridos irmão, o salmo não relata, mas viajando pelo livro das Crônicas dos reis de Israel e Judá, nós veremos que Deus deu vitória a Davi. O fez prosperar e mesmo em meio as desagradáveis angustia da vida, o SENHOR lhe ensinou a ter esperança, a confiar e a estar firme em seus passos.

O mesmo Ele quer te ensinar, mas só fará se tu deres espaço para trabalhar na tua vida. E isso se dá pela oração, por um relacionamento mais intimo com Ele, e esse relacionamento se dá pela oração e pela confiança que tens nEle.

Não volte ao que passou, não ouse voltar ao passado julgando que lá era melhor. Em nome de Cristo esquece as cebolas do Egito e marcha para a terra que flui leite e mel. Davi poderia optar por não confiar no SENHOR e também por não guerrear esta guerra. Mas sabia que seria inútil.

Se ele reconheceu que os que confiavam em fortes carros e cavalos de guerras vacilavam e caiam, o mesmo poderia acontecer com ele e seu povo caso deixassem de confiar em Deus. E caso não lutasse, o extermínio seria maior ainda, e se não morresse na guerra seria subjugado ao inimigo como escravo.

Mas ele optou por ser subjugado ao Soberano Rei, ao que tem todo o poder e pode todas as coisas, e o resultado não foi outro se não a vitória para a glória de Deus.

O mesmo Deus que abençoou a Davi é o mesmo que te visita agora com esta mensagem, é o mesmo que fala ao teu coração te fazendo derramar lágrimas por não ter aprendido ainda a confiar no SENHOR. Mas Ele estar aqui! E estar para te ensinar a confiar mais nEle, a ter um melhor relacionamento e a vencer estar crises existenciais que tens. Os problemas familiares, tua crise financeira, as guerras da vida que só te levam o sono e a tranqüilidade te trazendo em troca somente angustias e decepções.

Mas hoje o SENHOR muda a tua história! Tão somente dependa de sua proteção, aprenda a ter esperança nEle e permaneça firme e confiante na mesma certeza que teve Davi; de que o SENHOR te dará vitória. E enquanto Ele não manda a bênção, que seja essa a nossa oração;

“SENHOR, concede vitória ao rei! Responde-nos quando clamamos!”

Você pode dizer AMÉM?!

Seminarista Járber SOUSA
Vargem Grande Paulista, SP; 05 de Maio de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

PEDRO; A FORMAÇÃO DE UM GRANDE DISCÍPULO - MARCOS 16.7




INTRODUÇÃO:

Raramente se ouvi preleções concernentes a vida de Pedro e quando ouvimos geralmente se enfatiza o seu lado frágil, que o identifica como um covarde. É esta a imagem que temos a respeito de Pedro, e nossas crianças também são ensinadas quase da mesma forma. De maneira que se você perguntar a uma criança na E.B.D alguma informação sobre Pedro, provavelmente a resposta será; Aquele que negou Jesus.

Em fim, todo este aspecto negativo da vida de Pedro nos faz esquecer que é o que mais aparece nos evangelhos e mesmo com os seus erros e fracassos podemos extrair lições valiosíssimas e aplicá-las à nossa.

Sua ousadia, seu temperamento sanguíneo, sua determinação, suas dúvidas e muitas outras características que envolvem a pessoa intrigante desse nobre apóstolo, nos farão compreender melhor a razão pela qual Pedro não terminou sua carreira como um simples pescador, indouto de conhecimento. Mas como um homem que aprendeu a tirar lições com seus erros e usá-las para tornar-se um dos mais nobres líderes do rebanho do Senhor. Um mestre da palavra e conservador das doutrinas ensinadas por Cristo.

Nesta ocasião quero meditar um pouco com você sobre alguns traços da vida deste homem que se tornou um dos principais representantes do cristianismo de sua época. Um humilde pescador que ultrapassou as barreiras dos questionamentos e dúvidas e tornou-se um grande discípulo, seguidor de seu Mestre e o melhor, um grande discipulador.

E um dos primeiros pontos a ser tratado no processo da formação do seu caráter segundo a imagem do seu mestre é;

1. O SEU CHAMADO – Mc 1.16-18

“E Jesus disse; vinde após mim, e eu farei que sejam pescadores de homens. E, deixando logo as suas redes, o seguiram.” vv.17,18

Como vimos, Pedro era um homem simples, comum e morava numa região pobre da Galiléia, vivia da pesca e com ela sustentava sua família. No entanto não hesitou em atender ao chamado do Mestre. Uma vez que este lhe fizera uma promessa. Promessa essa que resultaria no grande apóstolo que ele se tornaria. Uma promessa que envolveria todas as suas habilidades, experiências e até mesmo as suas limitações no grande trabalho ao qual o Senhor Jesus lhe comissionara. Uma promessa que requereria um grande esforço de sua pessoa, e com a paciência indescritível de Jesus para trabalhar seu caráter e envolvê-lo num processo de transformação que resultaria no cumprimento de tal promessa, a de ser feito literalmente um pescador de almas com a rede do evangelho para o Reino de Deus.

Um aspecto a ser mencionado no seu chamado, é a sua determinação. Uma determinação que retrata todo o seu perfil, o tipo certo de pessoa para trabalhar na árdua tarefa de proclamar o evangelho. Uma determinação que refletia todo o seu caráter no seu processo de formação discipular. Uma confiança inimaginável vinda de um homem sanguíneo, exausto pelo calor do sol e das ondas do mar.

No entanto, aquele que o chamara tinha algo melhor e mais sublime para a sua vida. Embora Pedro com certeza não tivesse se quer, uma noção do que lhe aguardava. Mas que resultou no primeiro passo para que Jesus começasse a moldar o seu caráter e trabalhar suas habilidades para então o envolver no seu plano de salvar as pessoas dos pecados.

Em Mateus 10.1 vemos que Jesus após nomear seus dozes discípulos, dos quais Pedro era o primeiro (v.2) lhes dá poder e autoridades sobre os espíritos imundos, sobre as enfermidades e todo mal. Era com este poder que a vida de Pedro seria revolucionada no final de sua formação como seguidor de Cristo Jesus.

Meus queridos, este foi um aspecto extraído da vida de Pedro pelo qual gostaria de impulsionar você a não desistir da jornada cristã. Se você tem um chamado, não são os teus erros, as tuas falhas que serão motivos para te impedir desta nobre missão.

Não é as tuas limitações que irão delimitar o teu nível de comunhão com Cristo e até mesmo o teu sucesso ministerial. Pois como diz certo ditado; saboreie o peixe, deixando as espinhas de lado. Ou seja, os teus erros e falhas são corrigidos por aquele que te chamo e te perdoa de todos os teus pecados (1 Jo 2.1). As tuas limitações são quebradas por Cristo que ultrapassou os limites da vida humana e nos fez mais que vencedores, e nada nem ninguém nos impedirá de ser amado por ele.

Portanto meu santos, aquele quem vos chamou é poderoso parta fazer muito mais do que pedimos e pensamos e que começou a boa obra é o mesmo que completará até que chegues à estatura dede varão perfeito. Tão somente faça como Pedro, ouse, tenha determinação, encare teus erros, corrija-os e extraia as lições necessárias para o teu crescimento espiritual e tua capacitação ministerial na seara de Cristo. Pois seguindo a Cristo estarás seguro no caminho que te conduzirá a vida.

2. AS SUAS FALHAS – Mt 26.69 – 75

“E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera; antes que o galo cante três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.” V.75

Pedro era um discípulo dedicado, que buscava exercitar a fé, embora demonstrasse um pouco de volubilidade, como levou o incidente em que Jesus andou sobre a água. Ele admitia sua ignorância e a própria pecaminosidade (Mt 15.15) e quando tinha dúvidas fazia muitas perguntas (Jo 13.24). Apesar de receber uma revelação divina a respeito da identidade de Jesus, rejeitou qualquer noção da sua morte, uma atitude que Cristo atribuiu ao próprio diabo.

Pedro é lembrado por contradizer Jesus quando este falou que os discípulos o negariam. Assim como os outros, replicou que estava disposto a morrer e jamais negaria o Mestre (Mc 14.29; Jo 13.36-38). Falhou em vigiar e orar junto com Jesus, apesar do aviso de que o espírito estava preparado, mas a carne era fraca (MT 26.37-44) no momento da prisão de Jesus, numa atitude impetuosa, cortou a orelha de Malco, empregado do sumo sacerdote (Jo 18.10).

No pátio da casa de Caifás, a determinação de Pedro entrou em colapso, não adiante de um tribunal, mas da pergunta de uma jovem empregada. A enormidade de sua negação, em cumprimento à profecia de Jesus de que ela aconteceria antes do amanhecer do dia seguinte, fez com que ele chorasse amargamente (Lc 22.54-62).

Sem sombra de dúvidas, como mencionado na introdução, não há maior menção das falhas de Pedro do que a sua negação de Jesus. Foi este ato que o marcou como um fracassado. Um mísero pescador chamado pelo Mestre Jesus para aprender as palavras de vida, perde uma oportunidade dessas resultando num misero covarde.

Mas nós não devemos nos esquecer de que toda a vida de Pedro foi um processo de aprendizado e de transformação do seu caráter. E que estamos estudando os pontos positivos de sua vida que contribuíram para que ele se tornasse um dos mais nobres discípulos de Cristo. E por inacreditável que pareça, o episódio em que ele negou conhecer Jesus por três vezes nada mais era do que um cumprimento das palavras de Jesus.

Eu não negaria você não negaria. Quem negaria conhecer um homem que transformava um velório em festa; que trazia a alegria de viver a um pai aflito pela morte da filha ou a de duas tristes mulheres pela morte de seu irmão. Um homem que por onde passava gerava admiração, mesmo que em meio ás discussões e críticas era um homem intrigante e maravilhoso. Um homem que saciava a sede e supria a fome dos que lhes seguiam. Quem o negaria? Você negaria aquele que te chamou para segui-lo e fazer de você uma nova pessoa com boas expectativas e esperança para o futuro?

Certamente que não! Era este o mesmo pensamento de Pedro, no momento nem ele nem os demais discípulos negariam. A verdade é que mesmo de forma direta todos negaram a Jesus. Onde estavam eles quando prenderam Jesus? Quando Jesus estava sendo massacrado pelos açoites dos carrascos? Quando levava a sua cruz sobre as pedras de uma rua que viria a ser conhecida como a via dolorosa? Onde estava quando estava fincando as mãos e os pés de Jesus naquela cruz? A diferença é que Pedro negou com palavras, os outros foram tão mais covardes que se quer há espaço nas escrituras para mencionar onde eles estavam, mas também isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito por Isaias; que ele pisou o lagar sozinho.

Ter medo, dúvidas, questionamentos não é errado para quem é discípulo. Pois faz parte do aprendizado. E sem erros não há correções, sem dúvidas não há compreensão, sem questionamentos não há respostas. Todas estas falhas fazem parte de um processo de um grande discipulado. Você foi chamado. E talvez tenha tentado desistir porque você não se libertou ainda de algo do passado. Hei, aquele que te chamou é o dono do poder, é o dono do perdão. Ele é perito em concertar erros, em tirar dúvidas e o melhor, de apagar o passado.

E este o último ponto na formação de um grande discípulo que quero analisar com você;

3. A SUA RESTAURAÇÃO – Mc 16.7; Lc 24.11,12; Jo 21.15-19

”Mas ide, dizei aos discípulos e também a Pedro...”

Marcos nos informa o ponto “x” do início da restauração de Pedro. Imagina a decepção em que ele se encontrava. Havia negado aquele que lhe chamou, dando-lhe poder e autoridade fazendo por meio dele muitos sinais e maravilhas. Na sua mente talvez devesse estar passado o filme aterrorizante do momento em que o galo canta como uma voz de acusação, apontando para o sinal de que ele não prestava, não tinha jeito, era um caso perdido. Só lhe restava tão somente, chorar amargamente.

Mas, Jesus, aquele que o chamou o conhecia mais do que ninguém, sabia de cada um dos seus pontos fracos, tanto é que previu que Pedro o negaria três vezes. E ninguém mais do que Jesus para tratar dessa ferida na alma de Pedro. Eis a razão de Jesus mandar avisar aos discípulos e a Pedro, pois sabia do complexo pelo qual Pedro estava passando e queria tratá-lo.

Marcos não nos informa mais Lucas menciona com bastante precisão a atitude dos discípulos em contraste com a de Pedro ao receberem a notícia das mulheres. Observe;

“E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não creram. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e, abaixando-se viu só os lenços postos ali, e retirou-se, admirando consigo aquele caso.” Lc 24.11,12

Eu me alegro ao ler esta passagem, pois embora Pedro estivesse arrasado com sua atitude, ainda prevalecia no seu caráter aquilo que era necessário para se tornar um grande discípulo, a mesma determinação que atendeu ao chamado de Cristo quando estava pescando era a mesma que o fez agir diferente dos dez discípulos que com ele estava. Levantou-se e foi ao sepulcro, chegando lá nada encontrou senão os lençóis, mesmo assim voltou maravilhando com o que vira.

Em João 21.15-19 vemos um particular entre Cristo e Pedro, o ápice de sua restauração e o ponto que o conduziria a marcar a história do cristianismo. Jesus por três vezes indaga-o concernente ao seu amor, fazendo-o confessar com sinceridade. Pedro se entristece por ter Jesus lhe perguntado pela terceira vez; se ela não o amasse, certamente ela reconheceria e declararia que não o amava mais do que os outros. No entanto, ele simplesmente baixa sua cabeça e declara que O senhor Jesus sabia, daí Cristo lhe entrega o cajado nas mãos comissionando-o a cuidar do seu rebanho.

De fato tal restauração é demonstrada em Atos, pois foi Pedro quem proclamou o Evangelho no dia de Pentecostes, quando aproximadamente 3.000 judeus de Jerusalém e da diáspora foram salvos. Além da cura do coxo de nascença no capitulo três. Da conversão da casa de Cornélio e muitos outros casos que demonstram o processo final de um discípulo que se tornara um dos maiores discipuladores da Igreja cristã.

Como andas? Decepcionado com si mesmo, por erros e falhas do passado? Achando-se incompetente de realizar aquilo para o qual foste chamado? Hei, levanta a cabeça, olha para o sepulcro e veja que o teu Cristo vive e manda te chamar novamente. Não hesite em atender a este chamado, tenha um encontro com ele, um particular e desabafe suas lamúrias suas decepções e amarguras que ele te restaura nesta hora e te entrega poder e autoridade, para que assim como Pedro, tu possas cumprir com sucesso o teu ministério, sem frustrações mas com frutos de justiça.

CONCLUSÃO:

Eu não poderia concluir esta mensagem de outra maneira senão a de fazer um apelo. Primeiro para você que ainda não teve um encontro pessoal com ele. De que Jesus é o dono da vida e tudo o que há você certamente já sabe de berço. Mas talvez pergunte por que tanto mal, tanto sofrimento se ele é dono de tudo o que é bom?

Quero lembrar-te de que o sofrimento também faz parte do aprendizado; até Cristo passou pelos mesmos males que você e eu passamos; chorou ao ver a carência de Jerusalém, ao sentir a perda de um amigo, Lázaro. Foi tentado no deserto por Satanás, teve sede, fome, foi caluniado, criticado em fim, passou por tudo e, no entanto, segundo as Escrituras foi obediente até a morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou.

O mesmo ele fez com Pedro, levantando-o como um profeta para a sua geração. De um humilde pescador à um grande ganhador de almas; de um mísero fracassado e covarde à um grande conquistador de vitórias e de sucesso ministerial. Deus é quem te chama, é quem cuida de você, é quem te levanta do pó. Deixa-o controlar tua vida.

Mas também a você, que já aceitou o convite e o chamado de Cristo. E se por algum motivo ou frustração do passado ou do presente andas desanimado e desacreditado do teu chamado, saiba que El não desiste de você. Assim como se lembrou de Pedro, ele se lembra de você, ele te conhece e sabe de todas as tuas limitações, tão somente deixa-o tomar a direção da tua vida e fazer-se novamente um campeão, e lembre-se que ele te deu poder e autoridade e que nada e nem ninguém pode te separar do amor dele.

Lembre de que após particular que Cristo teve com Pedro após a ressurreição, ele encerra o seu tratamento com as seguintes palavras; Segue-me! (Jo 21.19).

Siga-o e tenha a certeza de serás um grande embaixador dos céus aqui na terra e um grande arauto de Deus para anunciar a salvação e fazer discípulos por onde andares. AMÉM!!!

Seminarista Járber SOUSA
Vargem Grande Paulista-SP, 23 de Março de 2010

JOSUÉ, O PROGRESSO ESPIRITUAL DE UM LÍDER - Josué 1



INTRODUÇÃO:

Embora Josué, filho de Num, seja o personagem central do livro que leva o seu nome, ele era conhecido por Moisés muito antes de ser escolhido como o seu sucessor. Num certo momento, o grande legislador determinou um homem da tribo de Efraim, cujo nome era Oséias, mudou seu nome para Josué (Nm 13.16; cf. Dt 32.44). Oséias significa “Salva!”; Josué quer dizer “Javé é salvação”. Este ato refletiu o discernimento de Moisés em reconhecer em seu sucessor a figura cujas habilidades militares seriam o símbolo da libertação que Javé daria a Israel quando lutassem contra os inimigos de Canaã.

Falar de liderança eficaz equivale a falar de Josué. Um líder por excelência que mesmo sem estar num mar de rosas, trilhou os mesmos passos daquele a quem acompanhou durante muitos anos a ponto de ser designado sucessor de um grande libertador e legislador.

Cabia a Josué agora, não só acompanhar um grupo de escravos recém libertos ou simples grupo de nômades errantes pelo deserto. Deus já havia preparado todo o cenário para cumprir o momento mais esperado da promessa feita aos pais dessa nação, a posse da terra de Canaã. Josué que já atuara não só como auxiliar e guardião de Moisés, agora assumiria a frente de uma nação inteira fazendo-a lutar e tomar posse do que lhes fora prometido.

Todo o trajeto da vida desse grande estrategista de guerra e líder hebreu nos motiva a buscar em seu proceder princípios relevantes ao santo ministério de liderar.

Trilharemos desde os passos de Josué antes de ser visto como o futuro sucessor de Moisés, passando pela experiência do seu chamado até chegarmos ao ponto final de sua vida. E acredite cada parte da sua vida, encontramos inúmeras lições que devemos aplicar à nossa atuação como líderes e representantes de um povo escolhido por Deus, na certeza de que o mesmo Deus que agiu com Josué da mesma maneira que agiu com Moisés, é o mesmo Deus que vem ao nosso socorro dando-nos os aparatos necessários para procedermos segundo o seu querer.

À luz dessa compreensão te convido a refletir comigo um pouco sobre JOSUÉ, O PROGRESSO ESPIRITUAL DE UM LÍDER;

1. JOSUÉ, ANTES DO SEU CHAMADO – Êx 17.9-13

O nome de Josué aparece pela primeira vez num contexto militar. Foi numa batalha travada pelos hebreus depois que saíram do Egito. Os amalequitas ameaçavam os israelitas. O filho de Num (Josué) foi o guerreiro que levou o povo à vitória, quando lutou em favor de Moisés. Ele selecionou o exército, batalhou e venceu o inimigo. Representava todo o Israel, quando liderava o povo na batalha;

“Então Moisés disse a Josué, escolha alguns dos homens e lute contra os amalequitas... Josué foi então lutar contra os amalequitas conforme Moisés tinha ordenado” vv.9,10

“E Josué derrotou o exército amalequita ao fio da espada. Depois o SENHOR disse a Moisés; escreva isto em um rolo, como memorial, e declare a Josué que farei que os amalequitas sejam esquecidos para sempre debaixo do céu” vv.13,14

Como “auxiliar" de Moisés, subiu com ele ao monte Sinai (Êx 24.13). Sua preocupação quanto ao bem estar de Moisés o manteve afastado dos conflitos movidos por ciúmes e inveja que cercaram o grande legislador durante os anos no deserto. Em Números 11.28 essa preocupação fez com que ele protestasse contra alguns israelitas que profetizavam sem o reconhecimento de Moisés;

“Josué filho de Num, que desde jovem era auxiliar de Moisés, interferiu e disse; Moisés meu senhor, proíba-os”! Mas Moisés respondeu; você está com ciúmes por causa de mim?...”

Josué foi um dos doze espias enviados para conhecer Canaã (Nm 13.16) dez deles voltaram com um relatório negativo, de acordo com o qual seria impossível o povo conquistar a terra. Somente Josué e Calebe disseram que o lugar era bom e possível de ser conquistado (Nm 14.1-10). Uma praga ceifou a vida dos dez espias incrédulos. Josué e Calebe foram os únicos, de toda aquela geração de israelitas, que receberam uma promessa de entrar na terra e receber uma herança ali (Nm 14.6,30 e 38);

“Josué filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que haviam observado a terra, rasgaram as suas vestes... (v.6). Nenhum de vocês entrará na terra que, com mão levantada, jurei dar-lhes para sua habitação, exceto Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num... (v.30). De todos os que foram observar a terra, somente Josué, filho de Num e Calebe, filho de Jefoné, sobreviveram (v.38).”

Esta bênção, bem como a associação prévia com Moisés, proporcionou o pano de fundo para as referências remanescentes de Josué no Pentateuco. Tudo isso enfatiza o papel dele, como sucessor de Moisés, na liderança do povo na terra prometida.

Como vimos amados, Josué surge no cenário de Israel como um soldado de guerra que numa batalha travada, sob o poder de Deus conquista a vitória. Como auxiliar do grande legislado, ocupou-se em cuidar do seu líder visando o seu bem e como um dos doze espias enviados à Canaã foi um dos dois a confiar inteiramente na promessa do SENHOR. Pelo que foi um que juntamente com Calebe entrou na terra da promessa, enquanto todos os outros morreram no deserto.

Como nos portamos na nossa jornada ministerial? Será se dependemos inteiramente de Deus esperando o momento certo em que o SENHOR nos levante para então podermos cuidar do seu rebanho, ou nos precipitamos e às forças queremos subir os degraus do ministério sem mesmo passarmos pelas árduas experiências da liderança?

Que seja o nosso agir como o de Josué, sempre aos pés de um grande líder. Como diz certo pensamento; “Eu aprendi, que a melhor escola é aos pés de uma pessoa idosa”. Com isso, o sucesso de Josué não poderia ser outro senão o de um grande líder a ficar no marco da história do povo hebreu, não como o grande libertador do seu povo da terra do Egito, mas como o grande conquistador da terra da promessa feita ao seu povo.

Tenhamos em mente queridos, que tudo o que aconteceu em favor de Josué foi o fato dele está sempre aos pés do seu senhor, Moisés, temendo e servindo o mesmo Deus. Isso fez com que, no fim da liderança de Moisés, o SENHOR lhe ordenasse comissionar Josué, como o seu sucessor.

“Josué, também atravessará à frente de vocês, conforme o SENHOR disse.” Dt 31.3

2. JOSUÉ, E SEU CHAMADO - Dt 31.3,7 e 8

“Então Moisés convocou Josué e lhe na presença de todo o Israel: Seja forte e corajoso, pois você irá com este povo para a terra que o SENHOR jurou aos seus antepassados que lhes daria... o próprio SENHOR irá à sua frente e estará com você, ele nunca o deixará, nunca o abandonará. Não tenha medo! Não desanime!” (vv.7,8).

É óbvio que não há melhor referência quanto ao chamado de Josué do que o primeiro capítulo do seu livro. Mas o que eu quero ressaltar aqui, é exatamente a semelhança dos conselhos de Moisés com as ordens de Deus bem como das promessas feitas nas duas referências, de Deuteronômio 31 e de Josué 1.

Perceba que o momento de Josué chegou. Moisés por ser velho de mais se sentia incapaz de continuar conduzindo o povo; “Estou com cento e vinte anos de idade e já não sou capaz de liderá-los.” (Dt 31.2). tal circunstancia propiciou a ascensão de Josué ao cargo de sucessor do grande legislador.

Como prova de que a responsabilidade não era cabível a qualquer um, tanto Moisés quanto o SENHOR lhe ordena que tenha coragem, força e ânimo. Na certeza de que o SENHOR estaria com ele, sem abandoná-lo nem desampará-lo.

Porém, não foi o simples fato de Josué auxiliar Moisés desde moço, pois certamente havia muitos outros homens que já haviam auxiliado o grande líder. Não foi o fato de Josué conquistar grandes batalhas, pois com ele, haviam também soldados bem capacitados para tramar estratégias de guerra e vencê-las.

A razão principal que levou o SENHOR a comissionar Josué como sucessor de Moisés, está bem explicito no texto abaixo;

“Ora, Josué, filho de Num, estava cheio do Espírito de sabedoria porque Moisés tinha imposto as suas mãos sobre ele. De modo que os israelitas lhe obedeceram e fizeram o que o SENHOR tinha ordenado a Moisés.” Dt 34.9

O Espírito de sabedoria que estava sobre ele. Este foi o fator que contribuiu para que Josué fosse não somente um mero substituto de um grande líder, mas um grande conquistador de uma grande terra para um grande povo. Sem a sabedoria vinda da parte de Deus por meio das mãos de Moisés, Josué seria apenas mais um. Porém, por sua perseverança, temor ao SENHOR, respeito e consideração à Moisés e coração íntegro diante de Deus, fez com que ao olhos do Deus de Israel Josué fosse levantado como o mais novo líder da nação escolhida de Javé.

Queridos líderes, pastores ou a quem aspira ao episcopado. O que te leva a pensar que será um líder espiritual bem sucedido por méritos de um diploma de formação superior, ou por algumas experiências sobre um determinado grupo de pessoas? Ou até mesmo devido ao fato de ter “padrinhos” de renome que supostamente podem indicar-te como um novo líder ou substituto de um grupo, de um campo ou igreja local?

Saiba que, na seara do Mestre muitos podem trabalhar, mas somente os que têm sobre si o Espírito de sabedoria é que sem sombra de dúvidas terão um ministério frutífero. Com lutas, mas com a certeza da vitória. Com provas, mas com a promessa de aprovação. Com desafios, mas com a certeza de que serão superados. Com dificuldades, mas com a certeza de que serão resolvidas. Com problemas, mas convicto de que serão solucionados. Com lágrimas, mas na esperança de que um dia elas serão enxugadas. Com dores, mas certo de que serão aliviadas.

Em fim, somente um homem ou mulher coberto pela sabedoria do alto é quem realmente poderão apresentar-se ao SENHOR com os seus frutos nas mãos. Como diz a Bíblia, quem ganha almas, sábio é. Necessitas de sabedoria? Peça-a, porém a Deus que a todos dá liberalmente, de boa vontade lhe será concedida (Tg 1.5)

3. JOSUÉ, APÓS O SEU CHAMADO – Js 1.11,16-17

“Assim Josué ordenou aos oficiais do povo... Então eles (os oficiais) responderam a Josué: tudo o que você nos ordenar faremos, e aonde quer que nos enviar iremos. Assim como obedecemos totalmente a Moisés, também obedeceremos a você. Somente que o SENHOR, o seu Deus, seja com você, como foi com Moisés.”

Não restam dúvidas de que os dois maiores desafios enfrentado por Josué após sua ascensão como líder da nação judaica, foram a tomada de Jericó e a travessia dom rio Jordão.

O texto acima relata as ordens de Josué aos oficias do povo para espiarem Jericó, que sem questionarem decidem sem restrições obedecerem á risca todas as ordens de Josué, sob uma única condição; “que o SENHOR, o seu Deus, seja com você, como foi com Moisés.”

Eles acreditavam no chamado de Josué. Jamais ousaria cometer o mesmo erro dos seus pais que peregrinaram no deserto durante quarenta anos até todos perecerem simplesmente por se levantarem contra Moisés e Arão. Tal castigo divino sérvio de lição para a geração que conquistaria a terra Cananéia. Em vez de questionarem, obedeceram. Decidindo ainda que; “Todo aquele que se rebelar contra as suas instruções e não obedecer às suas ordens, seja o que for que você ordenar, será morto.” 1.18.

Esta era a nova geração, o povo que Deus havia preparado no deserto, homens preparados para defenderem a sua nação confiando no Deus que os livrara da escravidão. Uma nação agora temente à Deus, que aprendeu a submeter-se à liderança pelo fato de estarem subordinados e direcionados pelo Espírito de sabedoria vindo de Deus.

Não somente a conquista de Canaã, mas a travessia do rio Jordão que transbordava em ambas as margens (3.15) que antecipou a tomada de Jericó; a descoberta do pecado de Acã; a destruição de Ai; A batalha em Gibeon, onde o sol parou dentre as muitas outras conquistas de Josué, foram resultados exclusivos de um líder temente a Deus e que deu ouvidos ao conselho de Moisés; “Seja forte e corajoso...” (Dt 31.7); o conselho de Deus; “Seja forte e corajoso...” (Js 1.6) e o conselho dos oficiais; “Somente seja forte e corajoso!” (Js 1.18).

Outra lição a ser seguida da vida de Josué, é que mesmo depois de velho, ele reconhece que todas as suas conquistadas são devidas ao SENHOR, o capítulo vinte e três do seu livro nos relata que já sendo velho em idade ele convoca todo Israel e disse; “Vocês mesmos viram tudo o que o SENHOR, o seu Deus, fez com todas essas nações por amor a vocês; foi o SENHOR, o seu Deus que lutou por vocês” (23.3).

Realmente não haveria maneira mais brilhante para Josué encerrar o seu ministério do que reconhecer todas as coisas que o SENHOR fez em seu favor e do seu povo. Iniciou dando ouvindo a voz do SENHOR, obedecendo as suas ordens, pedindo ao povo santidade, para que o SENHOR agisse em favor deles.

Com autoridade do céu, tomou Jericó e a sitiou. Antes, atravessou o Jordão transbordando a pé enxuto, fazendo com que a Arca da Aliança dividisse as águas do rio. E ao som de trombetas derrubou as fortes muralhas de Jericó. Temos essa autoridade ou nos escondemos somente atrás de um nome de uma grande Igreja, de uma denominação, de um bom salário, etc.? Deus nos chamou foi para exercermos autoridade. E esta autoridade é para ser usada em benefício do reino e na liderança do povo do SENHOR.

Somente iniciando bem, como Josué, é que terminaremos bem o nosso ministério. Na certeza de que foi o SENHOR quem lutou por nós e nos ajudou. Tome posse desses princípios meu irmão. Invista no seu ministério, ser forte e corajoso. Sofra as afrontas mas creia que Deus lutará por você.
CONCLUSÃO:

Josué era o guerreiro que lideraria os israelitas na vitória contra seus inimigos. Era o representante do povo diante de Deus e do sumo sacerdote Eleazar. Josué supervisionou a distribuição dos territórios às tribos. Era sucessor de Moisés. Nenhuma outra figura da Bíblia teve este papel especial. Para cumpri-lo, ele dirigiria o povo como Moisés fizera e os israelitas teriam experiências similares às que obtiveram sob a liderança de Moisés.

Como líder espiritual e militar do povo, Deus falou diretamente com ele, com as mesmas palavras que Moisés lhe dissera; “Esforça-te, e tem bom ânimo” (três vezes: Js 1.6-9). Liderou o povo na travessia do rio Jordão (Js 3 e 4), executou a circuncisão e celebrou a Páscoa (Js 5), liderou o exército na conquista Ed Jericó (Js 6), identificou e puniu o pecado de Acã (Js 7), liderou a vitória sobre Ai (Js 8), sobre a coalizão do Sul (Js 10) e do Norte (Js 11).

Como representante do povo diante de Deus, somente Josué recebeu as instruções divinas para a organização do povo (Js 1.1-9), etc. em fim, Josué foi o líder que deveria servir de padrão para todos os líderes dos dias hodiernos.

Se os líderes das igrejas do século XXI seguissem esse padrão de liderança, haveria mais pastores em vez de mercenários; mais igrejas em vez de mero ajuntamento; mais palavra e menos barulho; mais ovelhas em vez de bodes; mais conversões seguidas de transformação em vez de simples comoção; mais espiritualidade em vez de falsidade; mais restauração e menos feridas; mais contribuição e não extirpação, etc.

Somente um líder com esse progresso poderá encerrar seu ministério na certeza de que não só ele, mas que os seus liderados também seguiram os seus passos, deixando assim, rastros de piedade, seriedade, obediência e santidade perante o SENHOR.

“Passado algum tempo, Josué, filho de Num, servo do SENHOR, morreu. Tinha cento e dez anos de idade... Israel serviu ao SENHOR durante toda a vida de Josué e dos líderes que lhes sobreviveram e que sabiam de tudo o que o SENHOR fizera em favor de Israel. Js 24.31.

Que o Deus do grande líder Moisés e do seu discípulo sucessor, Josué, o Deus de Israel nos ensine e nos ajude a depender inteiramente dele progredindo espiritualmente na certeza de que a nossa responsabilidade como líderes obterá os resultados necessários decorrentes das promessas de obediência á sua Palavra.

AMÉM!

Seminarista Járber SOUSA
Vargem Grande Paulista,SP.
23 de Março de 2010