terça-feira, 25 de maio de 2010

A verdadeira Igreja Católica


"Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo. Feliz és Simão filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou, mas meu Pai que está nos céus. Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela…" Mt 16:16-18

Como é interessante as questões da pós-modernidade. Neste novo século já tivemos uma guerra baseada em mentiras de dois representantes de governos (EUA e Inglaterra) e agora a declaração de Bento XVI sobre a verdadeira Igreja.

O Vaticano publicou em 10/07/2007 um documento que declara que a Igreja Católica Romana é a única igreja verdadeira. Seu objetivo é combater o "relativismo eclesiológico".

Ah! se Lutero estivesse vivo!

Seria injusto simplesmente condenar ou apreciar as declarações papistas sem antes examinar a história de como a teologia progrediu ou regrediu dentro dos limítes do mundo católico.

Por favor, não me refiro aqui a moral, mas aos conceitos anti-bíblicos de uma igreja que intenta pela força de uma antiga ditadura menosprezar outras correntes de pensamento.

Desde antes da Idade Média surgiram pessoas tentando defender a Igreja católica dos ataques dos perversos. Nestas várias defesas surgiram homens do calibre de Cipriano de Cártago ( 200 d.C) que a firmou: "Quem não tem Igreja como mãe não pode ter Deus como Pai", e ainda "fora da igreja não existe salvação". (História da Teologia Cristâ: 2000 anos de tradição e reformas, Roger Olson, Ed. Vida, p.118).

 As questões que sem impõe aqui  são puramente de lógica doutrinária: 1) Eu concordo com Cipriano e creio que ele está absolutamente certo em sua catolicidade da Igreja. 2) Precisamos perguntar: Qual Igreja é a mãe? E ainda: Fora de qual Igreja não existe salvação?

Antes de respondermos vamos examinar as marcas de uma verdadeira Igreja:

1) Em primeiro lugar a verdadeira Igreja têm a Cristo como único Senhor, Salvador e Cabeça. "Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo".
A própria declaração de Pedro demonstra isto. O apóstolo Paulo em sua carta nos mostra o primado de Cristo sobre todos os reis e poderes da terra quando diz: "pôs todas as coisas debaixo dos seus pés (Cristo), para ser o Cabeça, o deu a Igreja", Ef 1:22. Percebemos que no texto das palavras do apóstolo Pedro há a palavra Cristo (o Ungido de Deus) designando assim a sua natureza terrena, Filho de Deus, designando assim a sua natureza divina (Hipóstase) e o adjetivo Vivo, demonstrando assim a transcendência e Imanência de Deus.

2) Em segundo lugar a verdadeira Igreja está no coração daquele (a) à quem essa verdade foi revelada. " …quem te revelou não foi carne e sangue,(não veio de homens ou de autoridades) mas veio do Pai".
Aqui temos o caráter eclesiástico do corpo místico de Cristo. Ao mesmo tempo que habita no indivíduo, essa verdade se aplica de forma mística como a levedura na massa. Ninguém vê, assim é o Reino de Deus que se espalha e faz a obra através do Espírito Santo. É este Espírito que revelou isto a Pedro. E é este Espírito que habita em todos os verdadeiros cristãos.

 3) A Terceira marca da verdadeira Igreja é base de onde ela é edificada. Ora, uma igreja edificada em cima de homens está fadada ao fracasso. Graças a Deus, que a verdadeira Igreja não estava sobre o alicerce de Pedro. Não, não estou inventando! O próprio Pedro disse: "Chegando-vos para Ele, a pedra que vive, desprezada pelos homens mas para Deus eleita e preciosa…para vocês que creem é a preciosidade, mas para os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram se tornou a pedra principal." I Pe 2:4, 7.
Só com estas marcas tão visíveis nas Escrituras responderíamos ao Papa que ele está equivocado. Será que o Papa não erra? Esse é um dogma já caído desde o Eden, confirmado por Lutero e na Reforma, como nos diz o Apóstolo Paulo: Não há um justo, nem sequer um… e todos pecaram e precisam da glória de Deus", Rm 3:10 e 23.

4) Eu gostaria de acrescentar uma quarta marca da verdadeira Igreja. É a Bíblia como a única regra de fé e prática.  E acrescento que há Igrejas que tem usado a Bíblia mas a tem pregado de maneira errada. A reforma enfatizou o perigo da Igreja se desviar das Escrituras.
Muitos, hoje, têm pregado questões que a Igreja nunca pregou. A interpretação subjetiva está cada vez mais assolando e desviando a igreja. É necessário registrar que a igreja visível tem joio em seu meio. Nós não temos o direito de arrancar (só na consumação e ceifa final), mas devemos de lembrar que há uma igreja invisível, verdadeira e fiel e como disse Jesus: "que nenhum eu perca de todos os que me deste". Estes são os verdadeiros, aqueles que seguem a Cristo como Cabeça, Senhor e Salvador, são corrigidos pela sua palavra e estão espalhados por sobre a terra.

Infelizmente, a mãe de Cipriano (a Igreja) naqueles dias não tinha se tornado a madrasta que se desviou das marcas da verdadeira Igreja. Eu creio na Santa Igreja Apostólica Cristã. Como Lutero afirmou junto com os Reformadores, precisamos reformar a Igreja. Por isso, senhor padre, cuidado com generalizações que são produzidas pelos concílios que podem errar.
O papa está equivocado e precisa voltar a sua igreja para os caminhos da verdade de Cristo Jesus, através do arrependimento e fé no verdadeiro Cabeça - Cristo Jesus". A verdadeira Igreja é aquela que está guardada no poder Deus e demonstra as marcas visíveis de Cristo,coisa que Roma está bem distante. Mas ainda há tempo de voltar!

Que Deus nos ajude em tempos tão confusos: "…reservei para mim, 7000 mil joelhos que não se dobraram diante de Baal".
Rev. Dr. Edvaldo Beranger 
Professor de História da Teologia, Hermenêutica e Exegese do NT na FATSB - Faculdade Teológica Sul Brasileira, Vargem Grande Paulista,SP.

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