sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

IGREJA MISSIONÁRIA ANUNCIANDO O REINO DE DEUS


I. ENTENDENDO O QUE É UMA IGREJA
1. Vislumbres no A.T.
No AT todo ajuntamento é visto como uma assembleia. Um dos termos usado no AT dá-os a ideia de uma multidão ou grupo que se reúne especialmente para culto. Em relação ao povo de Deus, isso inclui a ideia de uma reunião em resposta ao chamado de Deus (Êx 35.1; Nm 20.4,6).
2. Conceito do N.T.
Já no NT testamento vemos a formação propriamente dita da Igreja através;
a.      Recrutamento dos discípulos – ‘pescar homens’
b.      A proclamação de Mt 16.18 – ‘pedra fundamental’
c.       O Pentecostes – ‘inauguração’
Razões porque os discípulos não podem ser chamados de ‘igreja’ antes do pentecostes:
a.      A dispensação ainda era da Lei
b.      Cristo ainda não havia morrido
c.       O Espírito santo ainda não havia descido. A sua história começa em Atos com a descida do Espírito Santo.
A primeira vez que o termo aparece no NT é em Mateus 16.18, ekklhsian (ekklesia), ek significa fora e kalew que significa chamar ou convocar (VICENT, Vol.1, p.78). Originalmente significa uma assembleia solene de cidadãos, regularmente convocada. Significa também uma congregação local como a igreja em Roma, em Corinto, em Éfeso e etc; a totalidade de crentes que vivem em determinado lugar, ou ainda uma comunidade dos redimidos, ou seja, a igreja invisível e universal (1 Co 12.28; 15.9).
Mark Dever conclui que, um grupo de homens e mulheres, jovens e idosos, negros e brancos, asiáticos e africanos, ricos e pobres, iletrados e instruídos, com todos os seus diversos talentos, dons e capacidades, que se reconheçam salvos somente pela graça, são ingredientes essenciais que formam uma igreja.
II. ENTENDENDO QUAL O PROPÓSITO DA IGREJA
a.      Deus chamou Abraão de sua terra (Gn 12.1) para viver separado para sí (Gn 17.1), fazendo dele um povo, Israel.
b.      Israel é escravizado no Egito até que foi tirado para fora do Egito para atravessar o deserto e tomar posse da terra de Canaã (Êx 3.8);
c.       Chamou os discípulos para estarem com ele e pregarem o evangelho (Lc 3.14);
d.      Chamou também a igreja, formada de judeus e gentios antes separados (Ef 2.12-14), mas aproximados pelo sangue de Cristo. Tirados para fora do sistema mundano fazendo dela (igreja) uma “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daqueles que a chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9), ou seja, anunciar o estilo de vida adequado ao Reino de Deus.
e.       Deus criou Adão e lhe conferiu responsabilidades; cuidar do jardim, nomear os animais, procriar e povoar a terra, etc.
f.       Cristo convoca os discípulos, cuja responsabilidade era pescar homens, curar os enfermos, expulsar os demônios.
g.      Em Atos, vemos a igreja em ação cumprindo com a sua responsabilidade;
Ø  Começando com Pedro que após um sermão, cerca de três mil pessoas se convertem ao evangelho (At 2.41);
Ø  Mais adiante a igreja já contava com aproxidamente cinco mil pessoas (At 4.4);
Ø  No capítulo 9.31 a Igreja crescia em número;
Ø  Lucas encerra o seu relato em Atos 28.31 afirmando que Paulo pregava o reino de Deus, e, com toda intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo.
Este é o verdadeiro propósito da igreja, ganhar almas, anunciar o reino e ensiná-las a viver o estilo de vida deste reino. Lamentavelmente, muitos confundem igrejas grandes com igrejas saudáveis; templos lotados com igrejas em crescimento; adesão de pessoas com conversão de almas. Uma igreja só é genuinamente igreja, se ela cumprir com o propósito para a qual foi chamada: anunciar as virtudes daqueles que lhe chamou das trevas para a luz (1Pe 2.9).
III. ENTENDENDO O QUE É O REINO
A pregação de João Batista era: “arrependei-vos, porque está próximo o reino de Deus” (Mt 3.2). Em seguida vem Jesus proclamando: “Arrependei-vos pois o reino de Deus está próximo” (Mt 4.17); o  tema central da mensagem do Messias era o Reino de Deus;
Ø  Seus ensinos visavam mostrar aos homens como entrar no reino de Deus (Mt 5.20);
Ø  Suas obras poderosas pretendiam provar que o Reino de Deus chegara a eles (Mt 12.28);
Ø  Suas parábolas ilustraram para seus discípulos a verdade a respeito do Reino de Deus (Mt 13.11);
Ø  Ele ensinou os seus discípulos a orarem, no cerne do pedido deles estavam as palavras: “venha o teu Reino” (Mt 6.10);
Ø  Ele prometeu voltar em glória trazendo as bem-aventuranças do Reino (Mt 25.31,34).
Para Dr. Ladd, o Reino de Deus é basicamente o governo de Deus. É o reinado de Deus, a soberania divina em ação. Envolve os três tempos; entrou no tempo e no espaço através de Jesus; é um domínio no qual os homens entram nele no presente; será recompensa final, a herança que Deus dará a seus filhos no futuro.
Para isso fomos chamados, com o propósito de propagar esse Reino, devemos cumprir com a nossa responsabilidade cumprindo o ide que nos foi comissionado. Conforme a igreja cresce, o Reino cresce e se estende no mundo. À medida que a igreja proclama o evangelho por todo o mundo, ela estende o Reino de Deus.
Uma visão otimista defende que a missão da igreja é ganhar o mundo inteiro para Cristo e, assim, transformar o mundo no Reino de Deus. É verdade que o Reino é estabelecido pela proclamação do evangelho pela igreja.
1. O Reino de Deus segundo as Escrituras
a.      O Reino de Deus é uma realidade espiritual presente – Rm 14.17
Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo”.
a.      É um domínio no qual os seguidores de Jesus já entraram – Cl 1.13
Ele nos resgatou do império das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado.”
b.      É ao mesmo tempo, a herança que Deus concederá a seu povo quando Cristo vier em glória – Mt 25.34
“Venham benditos de meu Pai! Recebam por herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo.”
c.       É um domínio futuro no qual precisamos entrar quando Cristo voltar – Mt 8.11
“Muitos virão do oriente e do ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no Reino dos céus.”
IV. CONHECENDO O REI DO REINO; Is 6.9,10
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; [...] para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e justiça, desde agora e para sempre.”
Jesus não foi só o caminho para o reino, mas também o mensageiro que anunciou a chegada do Reino na terra. O propósito de Jesus era duplo; proclamar a chegada do Reino de Deus e, com seu sangue, prover a entrada no Reino para todos que viessem.
1. A missão do Rei
A missão de Jesus consistiu de cinco objetivos específicos
Ø  Ele veio reintroduzir o reino na terra para os homens;
Ø  Ele veio restaurar a retidão e a santidade da humanidade;
Ø  Ele veio restaurar o Espírito Santo no homem;
Ø  Ele veio treinar novamente o homem para a liderança do reino;
Ø  Ele veio restaurar o governo do reino através da igreja, para devolver a administração do Reino na terra aos reis terrenos.
2. Aspectos inerentes do Rei
O rei é a fonte suprema de autoridade do reino e através da sua autoridade estabelece o reino. Aqui estão algumas qualidades exclusivas de um rei:
Ø  Um rei nunca chega ao poder por votação;
Ø  A autoridade do rei pelo direito de nascença;
Ø  Um rei não pode ser deposto por votação;
Ø  A palavra de um rei é a lei do seu território;
Ø  Um rei possui pessoalmente tudo em seu domínio;
Ø  Um decreto do rei é imutável;
Ø  O rei escolhe quem será cidadão do seu reino;
Ø  O rei incorpora o governo em seu reino;
Ø  A presença do rei mede sua riqueza pela riqueza da sua propriedade;
Ø  O nome do rei é a essência do seu poder.
V. CONHECENDO O REINO DO REI
Muitos reinos já surgiram no mundo, e todos eles possuíam determinadas características comuns.
1. Os componentes de um reino
Ø  Um Rei e Senhor – um soberano;
Ø  Um território – um domínio;
Ø  Uma constituição – um contrato real;
Ø  Cidadãos – a comunidade dos súditos;
Ø  Uma lei – princípios aceitáveis;
Ø  Privilégios – direitos e benefícios;
Ø  Um Código de Ética – estilo de vida e conduta aceitáveis;
Ø  Um exército – segurança;
Ø  Uma cultura social – protocolo e comportamento.
2. Um contraste entre Reinos
Das inúmeras diferenças entre o reino deste mundo e o Reino de Deus, quero destacar apenas a que julgo essencial para a ocasião, a diferença entre um governo democrático e um Reino Teocrático;
a.      Sistema democrático de governo ou República
Nós que nascemos numa sociedade democrática temos dificuldades em compreender o conceito de um reino. Pela mesma maneira que temos dificuldade em compreender a Bíblia, porque a Bíblia não trata de democracia.
A democracia é invenção humana que surgiu na Grécia antiga como produto do pensamento de filósofos gregos. O conceito ou estilo de governo democrático não veio da Bíblia. A Bíblia ensina sobre um reino governado por Deus, teocrático.
Viver com êxito no Reino de Deus requer de nós uma inversão mental completa. Jamais poderemos ser cidadãos eficazes do Reino de Deus pensando democraticamente. As primeiras palavras registradas no ministério de Jesus são sobre isso; “Daí em diante Jesus começou a pregar: arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”. (Mt 4.17)
Literalmente falando, arrepender-se significa parar, voltar-se e ir para o sentido oposto.
b.      Sistema de governo de um Reino
Reino e democracia são dois mundos totalmente diferentes.
Ø  Na democracia quem decide é o povo;
Ø  No Reino quem decide é o Rei;
Ø  Na democracia as leis são discutidas de acordo com o que pensamos e opinamos;
Ø  No Reino, a Palavra do Rei é a Lei, não está aberta para discussão;
Ø  Na democracia os cidadãos protestam para incitar mudança de leis;
Ø  No Reino isso não acontece. A Palavra de Deus é absoluta;
Ø  Na democracia o adultério não é crime;
Ø  Na “Constituição” do Reino no Art. Do Êxodo, seção 20, subseção 14 é pecado;
Quando compreendemos essa vital diferença, estaremos aptos para vivermos como cidadãos do Reino. Deus é Rei, e não o presidente. Nós não o elegemos, então, nós não podemos destituí-lo. Pensemos como cidadãos do Reino e não como democratas.
VI. CONHECENDO OS SÚDITOS E EMBAIXADORES DO REINO
“Eu lhes designo um Reino, assim como meu Pai o designou a mim”. (Lc 22.29)
Esta afirmação é usada sempre na nomeação de um representante oficial de um governo e outras nações. Esta é a posição de um embaixador. Esta não é uma designação religiosa, mas governamental.
Já que Cristo nos designou um reino, então somos representantes dele, embaixadores deste Reino; “Portanto somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio”. (2 Co 5.20).
Características de um embaixador
Ø  É indicado pelo Rei, e não votado para o cargo;
Ø  É indicado para representar o estado ou o reino;
Ø  É comprometido somente com os interesses do reino;
Ø  Personifica a nação-estado ou reino;
Ø  É responsabilidade do estado;
Ø  É protegido totalmente por seu governo;
Ø  Nunca se torna um cidadão do estado ou do reino a que é designado;
Ø  Pode ser chamado de volta somente pelo rei ou pelo presidente;
Ø  Tem o acesso a toda riqueza de sua nação por atribuição;
Ø  Nunca fala a sua posição pessoal, somente a posição oficial da sua nação; e,
Ø  Seu objetivo é influenciar o território para o governo do seu reino.
Todas estas qualidades e características estão embutidas na mensagem e no ministério do Reino de Deus e exemplificadas perfeitamente por nosso Embaixador Chefe (Secretário de Estado) Jesus Cristo.

 CONCLUSÃO
Jamais esqueçamos, somos embaixadores de nosso governo celestial, representando o pensamento, o propósito e intenção do nosso governo em relação à terra, de modo que seu Reino venha e sua vontade seja feita na terra como é no céu.
Cumpramos com a nossa missão falando somente o que o nosso governo nos manda. Não o que achamos ou pensamos, mas o que de fato é Lei no governo de Deus. vá e seja um embaixador do governo do céu, não de uma religião. Estude sua constituição, a Bíblia, para saber e compreender a posição do seu governo sobre todas as questões pertinentes à vida.
Que o Rei dos reis nos abençoe na nossa missão. Amém!
Soli Deo Glória!
Pr. Járber Sousa em 25/02/14
AD-Bacabal em 28/02/14
Disponível em:
www.jarbersousa.blogspot.com

ANDRADE, Claudionor. Verdades centrais da cristã. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.
DEVER, Mark. O que é uma igreja saudável. São José dos Campos, Ed. Fiel, 2009
FERREIRA, Franklin. Teologia Cristã. São Paulo, Vida Nova, 2011
LADD, George E. O Evangelho do reino. São Paulo, Shedd Publicações, 2008.
MUNROE, Myles. Redescobrindo o reino. São Paulo, Reino Editorial,2007.

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