quarta-feira, 23 de setembro de 2009

COMO MANTER-SE ÍNTEGRO EM MEIO À CORRUPÇÃO - DANIEL 6. 1-24



INTRODUÇÃO

Estamos vivendo uma crise de integridade sem precedentes no mundo. Mudam os governos, mudam os partidos, mudam as leis, mas a corrupção continua instalada em todos os segmentos da política nacional e internacional. As CPI’s destampam os esgotos nauseabundos da mais repugnante corrupção, onde transitam desavergonhadamente as ratazanas esfaimadas que mordem sem piedade o erário público. Os escândalos se multiplicam. Políticos sem escrúpulo se abastecem das riquezas da nação e deixam os pobres de estômago vazio.

A falta de integridade na família é outra triste realidade. A fidelidade conjugal está ameaçada. A multiplicação dos divórcios por motivos banais são proclamados como uma conquista. O Brasil celebra como motivo de orgulho o hospedar a maior parada gay do mundo (1,5 milhão em São Paulo).

Não bastasse, impera ainda em nosso mundo, a falta de integridade moral. Integridade é ser e fazer o que você disse que seria e faria. Você prometeu que seria fiel ao seu cônjuge. Você prometeu orar com os seus filhos e por eles. Você prometeu buscar em primeiro lugar o Reino de Deus. Você prometeu ser santo. Integridade na escola, no namoro, no casamento, no comércio, na vida financeira, nas palavras, nos acordos.

Cito alguns exemplos bíblicos de integridade; José foi íntegro ao preferir a prisão à liberdade do pecado. Jeremias preferiu a prisão à popularidade. João Batista foi íntegro ao preferir perder a cabeça a perder a honra. Há pessoas que são íntegras numa área, mas vulneráveis noutras: Davi era um homem íntegro, mas caiu nas malhas da sedução do adultério. Geazi era leal a Eliseu, mas vendeu a sua alma por causa de dinheiro.

Infelizmente essa falta de integridade não é de hoje, Daniel também foi vítima da corrupção política de seu tempo, levado à cova dos leões acusado de infligir a Lei do Império uma vez que decidiu buscar a face do seu Deus. Com base nessa rápida introdução tomando por base a vida de Daniel, quero meditar contigo sobre o tema: COMO MANTER-SE ÍNTEGRO NO MEIO DA CORRUPÇÃO;

I. DANIEL UM HOMEM ÍNTEGRO NUM MEIO ENCHARCADO DE CORRUPÇÃO – v. 1-6
“Diante disso os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental...” v.4a

A Babilônia tinha caído, um novo império tinha se levantado, mas os homens que subiram ao poder continuavam corruptos do mesmo jeito.

O absolutismo do Rei no Império Babilônico mudou para a descentralização do poder no Império Medo-Persa. O regime de governo mudou, mas não o coração dos homens. É um grande engano pensar que as coisas vão mudar para melhor em virtude das mirabolantes promessas dos políticos. Mudam-se os partidos. Mudam-se as figuras, mas o espírito, a cultura do aproveitamento é a mesma.

Dario estava preocupado com o problema da corrupção. Por isso constitui 120 prefeitos e 3 governadores. Constituiu fiscais do erário público. Mas aqueles que deveriam vigiar, fiscalizar, se corrompem. As riquezas caem no ralo dos desvios. A corrupção estava instalada dentro do palácio, nas rodas mais altas do governo de Dario.

A vida de Daniel nos mostra que é possível ser íntegro mesmo cercado por um mar de lama de corrupção;

“... mas nada conseguiram. Não puderam achar nele falta alguma, pois ele era fiel; não era desonesto nem negligente.” v. 4b.

Daniel mantém-se íntegro a despeito do ambiente. O homem não é produto do meio. Daniel não vende sua consciência. Ele não negocia os seus valores absolutos. Ele não se corrompe.

A base da sua integridade é sua fidelidade a Deus. A espiritualidade de Daniel é o alicerce da sua fidelidade diante dos homens. A sua fé é a pedra de esquina da sua moralidade privada e pública. Os amigos de Daniel apagaram as chamas do fogo pela fé. Agora, Daniel fecha a boca dos leões pela fé.

Nesse versículo observamos que a vida de Daniel nos prova que um homem pode permanecer íntegro mesmo quando é vítima de uma conspiração.

O v. 4 nos informa que eles procuravam uma “ocasião” para acusar Daniel. Essa palavra significa aqui pretexto, um motivo. Procuraram também uma brecha na sua vida. Então, tentam pegá-lo no seu ponto forte.

As circunstâncias adversas não alteram as convicções de Daniel. A promoção e a honra dos íntegros incomodam as pessoas invejosas. “Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja?” (Pr 27:4).

Porque Daniel era fiel a Deus, ele era fiel ao seu senhor. Porque era diferente dos outros líderes, foi perseguido e conspiraram contra ele para matá-lo. Ilustração: Chico Mendes, os fiscais do Ibama foram mortos por fazer o que é certo.

Os inimigos queriam afastar Daniel do caminho deles. Mas como? Atacando a vida moral nada encontraram, então, conspiraram contra ele na sua religião.

A vida de Daniel nos ensina que a mesma pessoa que bajula é aquela que também maquina o mal contra os justos – v. 5-9.

Sabendo que Daniel era um homem de oração, bajulam o rei Dario, elevando-o ao posto de divindade por um mês. O projeto trazia como isca a exaltação e lealdade ao rei. Mas a intenção era outra. O rei tornou-se refém de seu próprio decreto. E assim, sentenciaram de morte o homem de confiança do rei. Além da bajulação, usaram a mentira (v. 7). Incluíram Daniel nessa jogada, quando ele era o alvo dessa trama.

As atitudes de Daniel provam que um homem pode ser íntegro tanto na adversidade como na prosperidade

Muitos fraquejam quando passam pelo teste da ADVERSIDADE. Daniel foi íntegro quando chegou na Babilônia como escravo. Ele resolveu firmemente não se contaminar. Agora ele passa pelo teste da PROSPERIDADE. Foi primeiro ministro da Babilônia e agora é um governador do Reino Medo-Persa. Sua integridade é a mesma. Ele não se deixa seduzir pela fama nem pela riqueza. Ele é um homem absolutamente confiável.

A integridade nem sempre nos ajuda a granjear amigos. Gente íntegra é uma ameaça ao sistema de corrupção. Daniel incomodava a equipe de governo de Dario.

Um estudante que não cola é uma ameaça para sua classe. Um funcionário incorrupto é uma ameaça para o sistema. Uma jovem que não transige em seu namoro é vista como alguém antiquada. Um comerciante íntegro é uma ameaça para o sistema de propinas.

Daniel prova também que a integridade implica em você fazer o que é certo quando ninguém está olhando ou quando todos estão transigindo.

Uma pessoa íntegra procura agradar a Deus mais do que aos homens. Ela não depende de elogios nem muda a sua rota por causa das críticas. Uma pessoa íntegra cumpre com a palavra empenhada e seu aperto de mão é melhor do que um contrato. Daniel mantém-se íntegro apesar de haver uma debandada geral no governo de Dario. Sabia que sua integridade o tornava impopular diante dos outros líderes, mas sua consciência está cativa pelo Senhor.

As lições que tiramos sobre a questão da integridade de Daniel para aplicarmos em nossa vida são;

Piedade não é um impedimento para a grandeza e promoção. Daniel na Babilônia e José no Egito são notáveis exemplos dessa verdade. Erram aqueles que se corrompem para subir os degraus da fama. Deus é quem promove. Ele exalta e também humilha. Ele estabelece reis e depõe reis.

A importância absoluta da verdadeira religião. Seus inimigos não encontraram nenhum falta no caráter de Daniel. Ele era fiel, corajoso, piedoso. Seu alvo era agradar a Deus mais do que aos homens.

A profundeza da depravação humana. Eles odeiam Daniel não porque ele pratica o mal, mas porque ele pratica o bem. Eles bajulam e se tornam hipócritas para alcançar o fim que desejam a morte de Daniel. Eles agem em surdina. Eles maquinam nos bastidores. Eles tramam na escuridão.

Quando você se torna mais fiel, você pode ser ainda mais perseguido – As trevas aborrecem a luz. Os que andam na verdade perturbam os que vivem no engano. O íntegro é uma ameaça aos corruptos.

II. DANIEL UM HOMEM QUE PREFERE A MORTE A TRANSIGIR COM SUA INTEGRIDADE – V. 10-17

“Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado foi para casa, para o seu quarto no andar de cima... e ali fez o que costumava fazer; três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus.” v.10.

Percebemos que Daniel não muda a sua agenda de integridade ao saber que estava sentenciado à morte.

Daniel foi perseguido não por ser corrupto, mas por ser íntegro. Tramaram contra ele para afastá-lo do poder. Os íntegros incomodam. Dario caiu na armadilha da bajulação e tornou-se refém de suas próprias leis. E seu homem de maior confiança, Daniel, foi sentenciado à cova dos leões por causa de sua irretocável integridade. Daniel não foge, não transige, mas continua orando ao Senhor como costumava fazer (v. 10). As circunstâncias mudaram, mas não Daniel. Aprendeu a ser íntegro na mocidade. E jamais mudou a sua rota. Mesmo como ancião, prefere a morte a transigir com sua consciência.

Na verdade, a verdadeira cova dos leões de Daniel foi o seu quarto. O quarto de Daniel foi o seu Getsêmani. Ali certamente foi tentado. Sabia que poderia ser destroçado pelos leões para não perder o seu testemunho. O diabo prefere que preservemos nossas vidas e percamos nosso testemunho.

Certamente ele deve ter sido tentado a transigir ao se ajoelhar para orar: “Por que não facilitar as coisas? Veja sua posição de privilégios que goza. Pense na influência que continuará exercendo, se transigir só nesse ponto. Assegure seu futuro. Não ore a Deus em público só durante este mês. Ore secretamente em seu coração, se quiser, mas por que fazê-lo como sempre fez? Certamente você será notado e perderá tudo, inclusive a vida”.

Daniel foi denunciado. Preso. Jogado na cova dos leões. Sua integridade não o livrará da inveja, da fúria, da astúcia e da perseguição dos corruptos. Mas Deus estará com você lhe sustentando no seu quarto de oração, e fechando a boca dos leões. Mesmo que você morra por causa da sua integridade, você ainda é bem-aventurado, porque são felizes aqueles que sofrem por causa da justiça!

Daniel enfrenta a conspiração de seus inimigos não com armas carnais, mas com oração (v. 10-11). Dario assina uma sentença irrevogável. A lei é maior do que o rei. Dario caiu na arapuca da lei e da ordem. Não havia motivo para acusar Daniel, então arranjaram um. Ao fim, os culpados seriam inocentes e Daniel seria morto pelas mãos do próprio rei, um inocente.

O destino de Daniel está lavrado. Sua sentença de morte foi assinada.

Como Daniel enfrenta uma situação humanamente irreversível? Ele ora. Como ele ora? Do mesmo jeito que sempre orara. Não muda a postura, nem o lugar, nem o conteúdo da oração.

Sua oração é constante; Daniel tinha o hábito de orar. Ele não suspende sua prática de oração quando foi informada que as circunstâncias eram desfavoráveis a ele. As circunstâncias mudaram, mas Deus não.

Sua oração é regular; Daniel ora três vezes ao dia (Sl 55:17). Ele não se esconde nem diminui seu ritmo de oração. Se não agendarmos nossa vida de oração, não vamos orar. Tudo aquilo que é importante para nós, vai para a nossa agenda.

Sua oração é confiante; “Ele orava com a janela aberta para as bandas de Jerusalém”. Ele acreditava na promessa de 1 Reis 8:46-49, quando o templo foi consagrado. Ele ora com fé. Ele sabe que Deus pode intervir. Ele já tinha experiências com Deus.

Sua oração é corajosa; Ele abre a janela como costumava fazer. Ele não se preocupa em fechar a janela. Ele sabe que é Deus quem nos livra. Dele vem o nosso socorro.

Sua oração é cheia de gratidão; Daniel está sentenciado de morte, mas agradece a Deus em sua oração.

Sua oração é cheia de intensidade; Daniel não apenas orou e deu graças, ele também fez súplicas. Ele pôs toda a intensidade da sua alma no seu clamor a Deus. Súplica é oração com forte grau de intensidade.

Daniel, um homem poupado não dos problemas, mas nos problemas, veja os vv. 11-17

a) A descoberta (v.11) – Os orquestradores contra Daniel encontram-no orando.

Era tudo que eles precisavam para levar adiante o plano de matá-lo.

b) A informação (v. 12-15) – A informação está cheia de veneno: 1) Acentua o preconceito, falando de Daniel como um exilado depois de 70 anos de integridade de Daniel como o homens mais importante do governo. 2) Acrescentam um fato falso, que Daniel não fazia caso do rei. 3) Ressalta que tanto Daniel como o rei haviam sido vítimas de uma trama.

c) A execução (v. 16,17) – Essa era a forma mais cruel de sentença de morte no reino Medo-Persa. Babilônia matava numa fornalha. O Reino Medo-Persa na cova dos leões.

d) O livramento (v. 18-23) - Você não pode evitar que os homens maus tramem contra você, mas você pode orar e Deus pode frustrar o propósito dos ímpios. Os perversos não contavam com a intervenção de Deus, com o livramento do anjo do Senhor. Daniel faz questão de ressaltar que era inocente diante de Deus e do rei.

III. DANIEL UM HOMEM QUE É HONRADO POR DEUS POR CAUSA DA SUA INTEGRIDADE – V. 18-28

Quando cuidamos da nossa integridade, Deus cuida das nossas causas. Daniel não podia administrar a orquestração dos seus inimigos, nem fazer o rei retroceder, nem mesmo se recusar a ir para a cova dos leões. Ele não podia tapar a boca dos leões. Mas ele podia manter-se íntegro. Ele podia orar. Ele podia colocar sua confiança em Deus. Isso ele fez. Cabe a nós manter-nos fiéis. Cabe a nós velarmos pelo nosso testemunho. Cabe a nós honrar a Deus com a nossa vida. Cabe ao Senhor nos livrar das garras do inimigo.

Daniel creu em Deus e o anjo fechou a boca dos leões. Daniel creu em Deus e o Senhor defendeu a sua reputação.

Quando cuidamos da nossa integridade, Deus defende a nossa causa contra os nossos inimigos ( v. 24 ), Daniel saiu da cova dos leões. A maldição dos seus inimigos caiu sobre a cabeça deles. Daniel foi exaltado e honrado, enquanto seus inimigos foram desmascarados e destruídos.

Outra verdade explícita nesse texto é que, quando cuidamos da nossa integridade, Deus nos exalta (v.28). Daniel viu a Babilônia cair. Daniel foi promovido no reino de Dario e também no reino do seu sucessor Ciro, o persa. Deus honra aqueles que o honram. Deus é quem exalta e quem também humilha.

Quando cuidamos da nossa integridade o nome de Deus é exaltado. Nós podemos encontrar uma base para isso nos vv.26-27. Mais do que Daniel, o nome de Deus é que foi proclamado e exaltado em todo o império Medo-Persa. O fim último da nossa vida é glorificarmos a Deus. Devemos viver de tal maneira que os homens vejam as nossas boas obras e glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus.

Dario exalta a Deus dizendo:

1) Ele é o Deus vivo;
2) Ele é o Deus eterno que vive para sempre;
3) Seu reino jamais será destruído;
4) O domínio de Deus jamais terá fim;
5) Ele é o Deus que livra, salva e faz maravilhas;
6) Ele é o Deus que livrou Daniel.

CONCLUSÃO

Daniel é um dos muitos exemplos de integridade que encontramos na Bíblia que nos ervem de exemplo e de motivação para perseverarmos na árdua jornada da vida cristã. Temendo somente à Deus, e se algo vier nos fazer desviar desse foco, façamos como Daniel, continuemos a servir a Deus da mesma forma que antes.

Buscando a sua face e certos de que Ele tanto pode nos salvar como também cabe a Ele a decisão de nos fazer perecer. O que importa é que tudo quanto Deus faz é com o único objetivo duplo de abençoar os seus filhos e engrandecer o seu santo Nome.

Não importa quão tamanha é tua adversidade; teu Deus é maior. Quão terríveis e maldosos sejam os teus inimigos; teu Deus permanece fiel. Quantas angústias te causam as calunias e injurias; o teu te exaltará na hora certa.

Pense na possibilidade de Daniel ter sido preservado da prisão. Não haveria o milagre de fechar a boca dos leões e a vergonha dos seus inimigos.

Meu querido, deus sabe o que faz e como faz. Cabe a você e eu tão somente sabermos nos portar diante dessas adversidades. Tal como Daniel, mantenhamos a nossa integridade custe o que custar, fortifiquemo-nos em oração, na certeza de que o Deus de Daniel, o nosso Deus é fiel para nos livrar e nos dá a vitória para a glória do seu santo Nome. AMÉM!?

Seminarista Járber SOUSA
Vargem Grande Paulista - SP
23 de Setembro de 2009


terça-feira, 15 de setembro de 2009

A EFICÁCIA DA GRAÇA NA VIDA CRISTÃ - II TIMÓTEO 2.1-6



INTRODUÇÃO:



O primeiro capítulo de II Timóteo termina com a pesarosa referência que Paulo fez à generalizada deserção dos cristãos na província romana da Ásia (1.15). Onesíforo e a sua casa talvez tenham sido a única exceção.


Agora Paulo insta com Timóteo para que ele se mantenha firme em meio à debandada geral. Esta é a primeira de uma série de exortações similares na carta, que começam com “tu, pois” ou “mas tu”, ordenando que Timóteo resista a varias coisas predominantes naquela época.


Timóteo fora chamado a exercer uma responsável liderança na Igreja, não somente a despeito de sua inata falta de confiança em si mesmo, mas ainda na mesma área onde a autoridade do apóstolo estava sendo repudiada. É como se Paulo lhe dissesse; “Não te importes com o que outras pessoas possam estar pensando, dizendo ou fazendo. Não te importes com a fraqueza e a timidez que talvez estejas sentindo. Quanto a ti, Timóteo, sê forte!”.


É claro que esta exortação, se tivesse parado aí, teria sido inútil, até mesmo absurda. Dizer a alguém tão tímido como Timóteo para ser forte seria o mesmo que mandar um caracol ser ligeiro ou exigir que um cavalo voasse. Mas o apelo de Paulo à firmeza tem um caráter cristão, não estóico. Não é uma exigência de que Timóteo seja forte em si mesmo, demonstrando isso rosnando e batendo no peito, mas de que seja fortalecido interiormente, ou seja, ser fortalecido na graça. Isto significa que Timóteo deve procurar recursos para o seu ministério não em sua própria natureza, mas em Cristo.


Não dependemos da graça somente para a salvação (1.9), mas também para o serviço.


Até aqui Timóteo foi exortado a conservar a fé e a guardar o depósito (1.13, 14). Contudo deve fazer mais do que preservar a verdade, deve passá-la adiante. Assim como a deslealdade da Igreja na Ásia tornava imperativo que Timóteo guardasse a verdade com a lealdade, assim também a iminente morte do apóstolo Paulo tornava imperativo que Timóteo tomasse providencias para legar a verdade intacta à geração seguinte.


Diante desse esclarecimento introdutório quanto a necessidade que Timóteo tinha de fortificar-se na graça, quero tão somente aplicar as motivações que induziram Paulo a dar tais exortações ao seu filho na fé. Paulo enfatizava aqui, que a graça além de salvadora, ela também tem sua eficácia no ministério, uma vez que um salvo pela graça desfruta do dom recebido de Deus para dar continuidade à obra do SENHOR aqui na terra.


Se Paulo motivara Timóteo a ter coragem e força tendo como fonte inesgotável, a graça que está em Cristo Jesus, certamente tal efeito refletira em nossas vidas e no progresso do nosso ministério e do chamado para o qual fomos chamados. E em meio as mesmas necessidades que tinha Timóteo, quero tomar por base estes seis versículos para refletir contigo sobre a eficácia da Graça na vida cristã;


1. NO ENSINO DA PALAVRA – v.2


“E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.” V.2


Paulo induz a Timóteo fazer o mesmo que ele recebeu o ensino de Cristo, transmitiu a Timóteo, que Timóteo deveria transmitir a homens fiéis e por fim, que estes homens transmitissem a outros. Vemos aqui uma verdadeira sucessão apostólica.


Podemos identificar esta sucessão como os quatro estágios da transmissão da verdade; de Cristo para Paulo, de Paulo par Timóteo, de Timóteo para homens fiéis, e de homens fiéis a outros. Tal sucessão dependeria de homens, de uma série de homens fiéis, mas essa sucessão refere-se mais à mensagem em si do que aos homens que a ensinem.


Deve ser uma transmissão da doutrina dos apóstolos, deles recebida sem distorções pelas gerações posteriores, passada de mão em mão como uma tocha olímpica.


Esta é uma forma segura de fortalecer-se na graça, transmitindo a outros as verdades que se acham engastadas no coração e que estão guardadas na memória. De conformidade com isso, que Timóteo aja como mestre. Mais ainda, que produza mestres. Timóteo necessita dessa experiência, e o que é muito mais importante, a igreja necessita de mestres.


Paulo está para partir desta vida. Por muito tempo ele carregou a tocha do evangelho. Daqui em diante ele a põe nas mãos de Timóteo, o qual, por sua vez, deve passá-la a outros. O depósito que foi confiado a Timóteo (II Tm 1.14) deve ser depositado em mãos de homens aptos para ensinar a outros, de modo que esses outros também, tanto quanto seus mestres, sejam instruídos na verdade redentora de Deus.


Essa verdade redentora ou evangelho de salvação, que Timóteo deve transmitir, aqui é exposto como “as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas”. Esta expressão indubitavelmente se refere a toda a série de sermões e lições que o discípulo havia ouvido da boca de seu mestre durante o tempo em que esteve associado a ele desde o dia em que pela primeira vez se encontraram.


Muitos haviam sido testemunhas dessa pregação e ensino. Que Timóteo se lembre de que a mensagem que ouvira da boca de Paulo lhe fora entregue entre ou em meio a muitas testemunhas ou pessoas que estavam sempre dispostas a apoiar o testemunho do apóstolo.


Queridos, a tarefa de confiar o evangelho a homens de confiança significa trabalho árduo. Não obstante, quando um homem luta de todo o coração pela boa causa, compete segundo as normas e trabalha com energia, ele receberá uma gloriosa recompensa (vv.4-6). Que tenhamos esse mesmo sentimento e responsabilidade, na certeza de que as pessoas que ouvem de nós o ensino da palavra sejam realmente futuros sucessores da obra do Mestre produzindo sempre frutos, como resultado do trabalho comissionado por Jesus quando nos enviou a fazer discípulos.


2. NAS MILÍCIAS DA VIDA – v.3, 4


“Suporte comigo os meus sofrimentos, como um bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o alistou.” v. 3, 4


As experiências como prisioneiro deram a Paulo ampla oportunidade de observar os soldados romanos e de meditar no paralelo existente entre o soldado e o cristão. Em cartas anteriores, Paulo referiu-se à guerra com principados e potestades, na qual o cristão está envolvido; referiu-se à armadura que deve vestir e às armas que deve usar (Ef 6.10; I Tm 1.18; II Co 6.7).


Mas aqui o bom soldado de Jesus Cristo é assim chamado por ser um homem dedicado, que mostra sua dedicação por se achar sempre disposto a sofrer e estando permanentemente em guarda. E isso só se daria caso Timóteo tivesse com base de sua força e dedicação, a Graça de Cristo Jesus, fortificando-se nele, seria capaz de sofrer as árduas milícias enfrentadas por um soldado de Cristo.


Com esta exortação, Paulo estava ensinando a Timóteo que os soldados em serviço não contam com segurança e facilidade. Pelo contrário, dureza, riscos e sofrimento são aceitos com satisfação. É como Tertuliano expressou em seu livro “Palavra aos Mártires”; “Nenhum soldado vai à guerra cercado de luxúrias, nem vai à batalha deixando um quarto confortável, mas sim uma tenda estreita e provisória, em que há muita dureza, severidade e desconforto”.


De igual modo nós como cristãos não devemos esperar dias fáceis. Se formos fiéis ao evangelho, certamente experimentaremos oposição e escárnio. Nós devemos sofrer em conjunto, com os nossos companheiros de armas, e a nossa maior arma, é a graça de Deus.


O soldado deve se achar disposto a se concentrar no exército, e também a sofrer. Quando em serviço ativo, não deve se envolver em negócios da vida civil, ao contrario, liberta-se dos afazeres de natureza civil, a fim de dedicar-se às armas, satisfazendo assim aos seus oficiais superiores, ou estando inteiramente à disposição de seu oficial comandante.


Queridos, nós cristãos devemos viver neste mundo e não nos alienarmos dele, não podemos nos esquivar das comuns obrigações do nosso lar, de nosso local de trabalho e de nossa comodidade. Devemos tão somente estar consciente do nosso dever e de cumpri-los e não nos evadir deles. Nem devemos nos esquecer do que Paulo relembrou a Timóteo em sua primeira carta, ao dizer que “tudo o que Deus criou é bom e, recebido com ações de graça, nada é recusável...” e que “Deus tudo nos proporciona unicamente para nosso aprazimento”. Desfrutemos pois dessas bênçãos que Deus tem nos reservado se cumprirmos a nossa tarefa conforme nos foi confiada.


3. NOS DESAFIOS DA VIDA – v.5


“... nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regras”.


Agora Paulo desvia os seus olhos da imagem do soldado romano para a do competidor nos jogos gregos. Em nenhuma competição atlética do mundo antigo, assim como hoje também o competidor dava uma demonstração de força ou de habilidade ao acaso. Cada esporte tinha as suas regras para a competição, e às vezes também para o treino preparatório.


Cada prova também tinha o seu prêmio, e os prêmios conferidos aos jogos gregos não eram medalhas de ouro ou troféus de prata, e sim coroas de ouro. Contudo nenhum atleta era “coroado” se não tivesse competido “de acordo com as regras”, mesmo que o seu desempenho tivesse sido brilhante. Fora do regulamento não há prêmio. Essa era a palavra de ordem.


A vida cristã é geralmente comparada, no Novo Testamento, a uma corrida, não no sentido de estarmos competindo uns com os outros, mas no sentido de que devemos nos desembaraçar de todo peso morto, e especialmente nesta passagem, no sentido de que devemos observar as regras.


O texto de Hebreus 12 no final do verso um diz; “... e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, 2 tendo os olhos fitos em Jesus...”.


Cristo morreu para nos dá vida, e cabe a nós preservarmos essa nova identidade que recebemos pelo sangue de Jesus que nos redimiu e nos justificou mediante, devemos tão somente nos fortificar nesta graça que nos é suficiente em meio aos desafios da vida tal como o espinho na carne de Paulo (II Co 12.7-9).


Devemos correr a corrida cristã segundo as leis. A despeito do estranho ensino da assim chamada “nova moral”, que insiste em que a lei foi abolida por Cristo, o cristão acha-se sob obrigação de viver “segundo a lei”, de guardar as regras, de obedecer às leis morais de Deus. De fato, ele não está “debaixo da lei”, como meio de salvação, que o aprova ou o recomenda perante Deus, antes ela lhe serve como guia de conduta. Ao invés de abolir a lei, Deus enviou seu Filho para morrer por nós “a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós”, e agora envia o seu Espírito para morar em nós e escrever a sua lei em nossos corações! (Rm 8.3 e 4; Jr 31.33). Além disso, não pode haver coroa de outro modo, não porque a nossa obediência à lei poderia nos justificar, mas sem a lei damos evidencia de nunca termos sido justificados.


Amados irmão não esqueçamos de que os prêmios pelo serviço cristão dependem da fidelidade. O mestre cristão deve ensinar a verdade, construindo com materiais sólidos sobre o fundamento que é Cristo, se quer que a sua obra permaneça e não seja consumida pelo fogo. Portanto, confie o seu “depósito” a homens fiéis para que no ultimo dia você possa receber o prêmio da tua soberana vocação em Cristo Jesus.


4. NAS LABUTAS DA VIDA – v.6


“O lavrador que trabalha arduamente deve ser o primeiro a participar dos frutos da colheita”.


Tendo o atleta de competir com honestidade, o lavrador, por sua vez, tem de trabalhar arduamente. O sucesso na lavoura só se é conseguido com muito trabalho. Isto é verdade particularmente em países em desenvolvimento, antes de se ter as técnicas da mecanização moderna. Em circunstancias, o sucesso da exploração agrícola depende tanto do suor como da habilidade.


Mesmo sendo o solo pobre, o tempo inclemente, ou estando o lavrador indisposto, este deve permanecer em seu trabalho. Uma vez posta a mão no arado, não há que olhar para trás. Ao contrário do soldado e do atleta, a vida do agricultor é totalmente desprovida de emoção, distante de toda fascinação decorrente do perigo e do aplauso.


Contudo, a primeira parte da colheita pertence ao lavrador que trabalha. É seu direito. A boa produção deve-se mais a seu esforço e perseverança do que a qualquer outro fator. É por isso mesmo que o preguiçoso jamais será um bom agricultor, como ressalta o livro de Provérbios. Ele sempre porá a perder a sua colheita, talvez por dormir quando deveria está colhendo, talvez por ter sido pouco ativo no lavrar a terra no outono anterior, ou talvez por permitir que os seus campos se cubram de urtigas e espinhos (Pv 10.5; 20.4; 24.30-31).


Mas, afinal, a que tipo de colheita se refere o apóstolo? Uma interpretação é a santidade como colheita. A santidade é o fruto do Espírito, sendo que o próprio Espírito é o principal agricultor, que produz uma boa safra de qualidades cristãs na vida do cristão. No entanto, nós também temos que fazer a nossa parte. Temos de andar no Espírito e semear no Espírito, seguindo os seus impulsos e disciplinando-nos, para fazermos a colheita da santidade. Será irmão, que estamos negligenciando o cultivo desse campo que é o nosso caráter? “Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).


Outra interpretação é que a conquista de conversões é também uma colheita. Nesta seara é claro que é Deus quem dá o crescimento, mas ainda assim não temos a liberdade de ficar à toa. Não só isso, mas tanto a semeadura da boa semente da Palavra Ed Deus como a colheita são trabalhos duros, especialmente quando há poucos semeadores. Com muito custo almas são ganhas para Cristo, não com a engenhosa e automática aplicação de uma fórmula, mas com lágrimas, suor e dores, e especialmente com oração e sacrifícios. Novamente o lavrador que trabalha é que pode esperar obter bons resultados.


Devemos fazer como Paulo, que se dava ao trabalho sem pensar no quanto isso lhe custava; lutava sem dar atenção às feridas; trabalhava sem procurar descansar; servia sem procurar pela recompensa, a não ser o gozo de fazer a vontade do seu SENHOR. E Deus fazia prosperar os seus esforços. O mesmo Ele fará por nós quando firmados na sua infinita graça, chegarmos ao tempo da colheita.


CONCLUSÃO:


Amados irmãos, a graça de Deus nos é suficiente para suprir todas as nossas necessidades como ministro de Cristo, capaz de nos instruir para transmitirmos as verdades dos ensinos apostólicos a outras pessoas fiéis, capaz de nos dá forças para enfrentarmos a árdua batalha da vida cristã como bom soldado de Cristo Jesus, de nos fortificar para termos vigor espiritual para competirmos os desafios da vida em Cristo e de nos revigorar em meios as dificuldades de semear a boa semente nos vários tipos de solo.


Somente a graça de Deus, pode nos revigorar para alimentarmos a nossa esperança de que dias melhores virão, de que as guerras serão vencidas, de que os obstáculos serão superados e de que o que semeamos será ceifado e nós, seremos os primeiros a desfrutar destes frutos, seja santidade ou sejam almas, o que importa é que tanto um como outro nos será de grande valia para darmos continuidade ao trabalho para o qual fomos comissionados.


O trabalho é árduo, mas deixo uma citação do Ver. Ryle que enfatiza repetidas vezes em seu notável livro Santidade; “Não há prêmio sem esforço”. Por exemplo;


“Jamais abandonarei a minha convicção de que não há progresso espiritual sem esforços. Não creio no sucesso de um agricultor que se contenta em apenas semear os seus campos, abandonando-os em seguida até a colheita, assim como não creio ser possível que um crente alcance muita santidade sem ser diligente em sua leitura da bíblica, em suas orações e no bom uso dos seus domingos. Nosso Deus é um Deus que se importa com os meios, e nunca abençoará a alma de quem se julga ser tão elevado e espiritual a ponto de achar que pode progredir sem eles”.


Amada Igreja, tão somente, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus. AMÉM!?


Seminarista Járber SOUSA
Vargem Grande Paulista - SP
15 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

INSTRUÇÕES NECESSÁRIAS PARA UMA LIDERANÇA EFICAZ - I Timoteo 4.6-16


INTRODUÇÃO:




Paulo era sem duvidas o maior exemplo de liderança cristã depois de Jesus Cristo. E tal como o Mestre por excelência, Jesus, deixou seus discípulos para darem continuidade a magna tarefa de liderar o seu povo até que Ele volte, Paul também, já nos últimos anos de sua vida, decide então a investir numa personalidade que reflita o caráter de Cristo, seguindo seus passos para com eficácia conduzir a noiva do Cordeiro nos caminhos da sã doutrina.

O felizardo a tomar posse desse cajado apostólico, não poderia ser outro senão Timóteo, “seu verdadeiro filho na fé” (1.2). Esta declaração paulina quanto a pessoa de Timóteo reflete seu carisma e confiança na possibilidade de uma excelente liderança por Timóteo.


Seu filho e discípulo que fora guiado nas santas escrituras desde a sua infância, seguindo os passos do seu mestre, Paulo que por sua vez era imitador de Cristo Jesus (I Co 11.1).


Porém, Paulo não podia tão somente partir dessa vida para outra, e deixar que Timóteo simplesmente assuma árdua responsabilidade sem antes passar por um “Flash back” do que tinha aprendido aos pés de Paulo, um retrospecto de todas as lições inerentes à liderança do povo de Cristo aqui na terra.


Timóteo precisava tanto quanto você e eu, de um manual de orientações indispensáveis para termos êxito no ato de liderar o rebanho de Cristo, e sermos identificados tal como Timóteo de “bom ministro de Cristo Jesus”(v.6).


E é com base nesse texto de Paulo a Timóteo que te convido a não só analisar estes conselhos, estas orientações necessárias para uma boa liderança, mas a colocá-la em prática no dia a dia do seu ministério, seja ele qual for, infantil, adolescentes, jovens, evangelismo ou outra área que exige um bom preparo espiritual e intelectual quanto à doutrina que nos fornece alguns princípios valiosos para termos eficácia em nosso ministério como líderes.


À luz dessa palavra introdutória, quero eu meditar contigo sobre algumas instruções indispensáveis para uma liderança eficaz;


TEMA: INSTRUÇÕES INDISPENSÁVEIS PARA UMA LIDERANAÇA EFICAZ

1. NUTRIR-SE COM AS VERDADES DA FÉ – v.6-9

“... transmitir essas instruções... nutrido com as verdades da fé e da boa doutrina...” v.6.

Com estas instruções, Paulo declara para Timóteo que não há outro Manuel eficaz de liderança como a Palavra de Deus. A doutrina na qual ele fora criado e educado, deveria também ser transmitida, isso reflete o poder inesgotável da doutrina verdadeira.

As verdades da fé não se limitam ao tempo, não perdem o seu valor com o passar dos anos, a mesma doutrina que Paulo aprendera com os colegas, era a mesma na qual Timóteo fora discipulado, e com a mesma eficácia geraria edificação nos demais irmãos pertencentes ao corpo de Cristo.

Há um ditado popular que diz; “Aquilo que você não para você, também não queira para os outros”. Isso é a orientação de cristo Jesus em outras palavras quando disse que devemos fazer ao próximo aquilo que queremos que nos seja feito. Assim, Timóteo deveria pensar e saber que nas mesmas verdades nas quais fora nutrido, edificado e fortalecido, ele deveria também transmitir aos seus irmãos na fé, para que estes, assim como ele, fossem considerados bons ministros de Cristo Jesus também.

Um bom líder, é aquele que faz como Paulo, transmita a sã doutrina para que outros sejam edificados e fortalecidos como ele. E não aquele que se prende aos seus conceitos transparecendo ser melhor do que os outros, lembrando que, se nutris dessas verdades, equivalem simultaneamente a deixar para trás os conceitos humanos, mitológicos, fabulas ou teologias antibíblicas.

Meu querido irmão ou irmã representante de Cristo aqui na terra, qual tem sido a tua forma de liderar, tens desejado que teus discípulos e liderados façam o mesmo que você faz com eficiência? Podes tu esperar que teus liderados sejam considerados bons ministros de Cristo? Se não, reveja seus conceitos de liderança, nutra-se das verdades da fé, fortifica-te na sã doutrina e transmiti-as para que teus irmãos sejam guiados e também edificados por tua liderança eficaz.

Nutrir-se das verdades da fé e da sã doutrina, é o mesmo que; ser exemplo dos fiéis. Esta é a segunda instrução que Paulo nos dá para aplicarmos na nossa forma de liderar.

2. SER EXEMPLO DOS FIÉIS – v.12-14

“... mas seja um exemplo para os fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza...”

Ser exemplo para os fiéis é muito mais do que simplesmente conhecer as sagradas escrituras, muito mais além do que ter uma formação superior em teologia e conhecer todas as doutrinas da Palavra de Deus.

Paulo estava aqui não somente instruindo, suplicando que Timóteo fizesse o melhor possível como ministro de cristo. Paulo estava comissionando a Timóteo uma das mais sublimes, porém desafiadoras responsabilidades para um cristão; ser modelo a ser imitado, padrão a ser seguido, exemplo a ser copiado por aqueles que dele dependeriam para se tornarem dignos de serem também embaixadores de Deus aqui na terra.

Ser padrão dos fies é não só conhecer a sã doutrina na teoria, mas pô-la em prática no seu viver diário. Tal como a igreja primitiva em Atos 3.42; “e eles perseveravam na doutrina dos apóstolos...”. Ou seja, eles permaneciam nos ensinos bíblicos, nas verdades da fé que os motivavam a viver uma vida digna do evangelho.

Como padrão dos fiéis, Timóteo estaria isento da falta de credibilidade pelo fato de ser ainda jovens em relação aos demais líderes da época. Em vez de ser criticado, seria ele imitado, seguido e visto como um seguidor de Paulo, que foi imitador de cristo Jesus.

Como exemplo dos fiéis, Timóteo não deveria se restringir apenas no que diz ao conhecimento da sã doutrina, mas, na palavra. Isto é, ter compromisso, responsabilidade, cumprir com o trato, não ser tratante, mas como um líder digno de respeito pela palavra e pelo proceder de acordo com ela.

Sendo padrão na palavra, isso refletiria em seu proceder perante não só da igreja, mas da sociedade como um todo. Suas atitudes corresponderiam a de um verdadeiro líder. Tal procedimento resultaria no amor e respeito pelo próximo, o que é também indispensável para o êxito da liderança cristã. Assim, Timóteo exercitaria sua fé, que conseqüentemente seria almejada e buscada pelos fiéis que tal como Timóteo, procuraria viver uma vida pura diante do SENHOR.

Como estamos agindo diante dos nossos liderados? Devemos primar pela boa conduta e nos portarmos como representantes daquele que nos escolheu e nos capacitou para sermos exemplo e refletirmos a sua glória entre os homens, sejam eles crentes ou não. Mas que por nosso modo de viver, terão sede de mudança e procurarão a mesma transformação, seguindo o nosso exemplo como servos de cristo de Cristo que somos. Zele por seu chamado, por sua responsabilidade.

3. PRIME PELO DOM QUE RECEBESTES – v.15 e 16

“Não negligencie o dom que lhe foi dado...”.

Um dito popular diz que; “tudo o que é de graça, não presta”, por isso requere-se um cuidado absoluto com o que é barato, quanto mais como que é de graça. Porém, um exemplo não pode ser usado como regra em todos os casos, é óbvio que nesse contexto, este dito não vale.

Pois tudo o que vem de Deus é bom e proveitoso na tarefa de fazermos a sua vontade aqui na terra. O dom que temos, de pregar, cantar, evangelizar, discipular, lecionar aulas na ebd, auxiliar os trabalhos, servir ou até mesmo um copo com água dado aos pequeninos será compensado por Deus um dia. O Dom que temos, é nosso porque Deus nos deu. Há os que dizem que devemos cuidar dele porque é de Deus e a responsabilidade torna-se maior. Porém eu creio que o que deve nos motivar a zelarmos por ele, é exatamente o fato de Deus ter nos dado. Se tivermos que cuidar de algo que pertence à outra pessoa, esse cuidado será motivado por certa obrigação.

Agora quando temos que zelar por algo que ganhamos que recebemos de graça da parte de alguém, aí sim o zelo, o cuidado é movido pelo prazer, pelo carinho com aquilo que recebemos, isentos de qualquer sentimento de obrigação, que nos motive a não negligenciar o dom porque senão Deus vai nos castigar.

Deus nos deu, devemos tão somente zelar por ele. Seguido os seguintes passos contidos nos versículos 14-16;

                 Ser diligente, cuidadoso, vigilante, etc.
                 Dedicar-se às instruções recebidas
                 Atentar para a nossa vida e para a doutrina
                Perseverar nos deveres que temos
  
Queridos irmãos, tudo o que fazemos tem uma finalidade, e a nossa finalidade aqui na terra é fazermos a vontade daquele que nos comissionou para subirmos ao encontro dele nos ares. Mas não pensar somente em nós, a nossa comissão inclui a nossa responsabilidade em livrarmos os outros da perdição anunciando-lhes a salvação. Por esta razão Paulo conclui esta séria de instruções declarando que;
  “... agindo assim, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem” v.16

Cumpramos com o nosso dever amados, seguindo os passos que Cristos deixou, anunciado pelos apóstolos e vivido pela igreja do SENHOR no decorrer dos séculos.

CONCLUSÃO:

Pois bem meus amados em Cristo, chamados para serem ministros do SENHOR, condutores do santo rebanho e guias dos filhos do SENHOR, ser líder vai muito mais além do que ser chamado de líder.

Ser líder é ter responsabilidades e cumprir com estas responsabilidades. Ser líder é ser padrão, exemplo a ser seguido e imitado, ser líder é ser fiel ás sagradas escrituras, pois seguindo a sã doutrina conduziremos o seu rebanho aos pastos verdes da Palavra de Deus, por meio de uma vida exemplar e digna de honra perante Deus.

Ser líder é imitar a Cristo e fazer o que ele fez enquanto esteve aqui na terra. É zelar pelo que de Deus tinha recebido. No caso de Cristo, ele zelou pela oportunidade recebida de vir a esta baixa terra para resgatar os homens de seus pecados sendo fiel até a morte.

Também nós, devemos fazer o possível para nos mantermos nos padrões em que Deus nos estabeleceu.

Ser líder é também formar líderes para nos substituir. Com Paulo, esta é a mais excelente lição que tiramos do seu ministério. A sua preocupação com os eleitos era tanto que não ousava deixá-los sem um guia, sem um condutor altamente preparado por ele, para dar continuidade ao seu trabalho, assim como ele dera continuidade à obra que Cristo começou.

Tenhamos esta mesma consciência irmão, fomos chamados para liderar, mas não para sempre, e isso deve nos impulsionar a deixarmos um discípulo, um Timóteo para dar continuidade à sublime tarefa de fazer discípulos na terra.

Que Deus te oriente nessa magna tarefa de liderar, seguindo estas instruções obtendo o bom testemunho de ministros de Cristo e tendo uma liderança eficaz.
AMÉM!!!

Seminarista Járber SOUSA 

 Vargem Grande Paulista - SP
08 de setembro de 2009