1.
NESSECIDADES SOCIAIS
O ser humano é por natureza carente de
viver em sociedade. Mesmo vivendo num estado perfeito, Deus percebe que adão
precisava conviver com seres da mesma espécie:
“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe
seja idônea” (Gn 2.18).
“Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os
criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a”
(Gn 1.27,28).
Como consequência do pecado, os
relacionamentos sociais do homem foram afetados. Adão que antes havia feito a
primeira declaração de amor da história (Gn 2.23), estava agora, acusando a sua
mulher de ser a principal culpada por sua desobediência a Deus (Gn 3.11,12).
Dois irmãos, Caim e Abel que estavam num
culto ofertando ao Senhor é seguido pelo primeiro homicídio da história (Gn
4.3-8).
O matrimônio, criado por Deus para o deleite
do homem se torna mera satisfação da carne e abuso da liberdade que Deus deu ao
homem. Lameque toma para si, duas mulheres e dá sequência à “solução Caim”
durante a sua vida, mata simplesmente por matar (Gn 4.23).
Chegando ao capítulo 6 de Gênesis, vemos Deus
cansado de toda maldade do homem: “Viu o Senhor que era grande a maldade do homem
na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má
continuamente” (Gn 6.5).
Cristo veio com a missão de restaurar a paz e
o bom relacionamento dos homens com o seu próximo e para com Deus: “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e,
derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a
inimizade” (Ef 2.14)
Como seguidores de Jesus Cristo é
responsabilidade nossa, professores de promovermos mediante o ensino, o bom
relacionamento dos nossos alunos. Não pode haver mau relacionamento entre os
homens em geral, quanto menos na Igreja entre jovens e anciãos.
A educação cristã deve atuar como
agente de transformação no caráter e nos relacionamentos dos nossos jovens para
que eles tenham bom testemunho para com todos. Fazendo valer o conselho de
Paulo a Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo
para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1Tm 4.12).
2.
NECESSIDADES EMOCIONAIS
Os primeiro ser humano não era
imperfeito por causa das suas necessidades. As suas necessidades não o tornavam
inútil ou menosprezado em meio às outras obras da criação. Mesmo no seu estado
perfeito, Adão tinha suas necessidades, além de ter que se relacionar com
outros da mesma espécie, este relacionamento trabalharia outra importante
necessidade do seu caráter, a emocional.
Destacamos dois textos que nos deixam
implícitos esta verdade. Os textos que utilizamos acima caracterizam dois
aspectos da emoção, um positivo e outro negativo.
O aspecto positivo está no fato de
Adão externar a sua satisfação em poder desfrutar da companhia de uma
semelhante (Gn 2.23). A criação da mulher resultou no suprimento da necessidade
social de Adão, e também no da sua necessidade emocional. A mulher lhe seria
idônea, auxiliadora, um complemento para a vida. Com ela ele compartilharia
sentimentos, trocaria experiências, etc.
O aspecto negativo está estar evidente
quando o mesmo Adão que antes declerara o seu amor pela mulher, externa agora
sua insatisfação com a mesma culpando-a por tê-lo levado a desobediência (Gn
3.12).
As
emoções determinam o destino do nosso relacionamento. Veja o caso de Caim que
mesmo no culto se irou contra o seu irmão ao ponto do seu semblante ficar
decaído (Gn 4.5). O resultado negativo dessa forte emoção induziu Caim a matar
o seu próprio irmão (Gn 4.8). Esse mesmo Caim que havia sido dominado pela ira
reage com indiferença diante da pergunta de Deus em relação ao seu irmão Abel.
Age como se nada houvesse acontecido: “Falou Caim com o seu irmão Abel. E, estando
eles no campo, Caim se levantou contra o seu irmão Abel, e o matou”
(Gn 4.8).
Assim como Deus ensinou a Caim o
exercício do domínio próprio (Gn 4.7), o professor deve estimular seus alunos a
exercitarem o fruto do espírito, o domínio próprio (Gl 5.23) para que suas paixões sejam crucificadas.
Os jovens estão consolidando as
mudanças resultantes da adolescência e vez por outra podem ser vistos com suas
emoções estilo ioiô, hora em cima, hora em baixo. Devemos orientá-lo à luz da
palavra que devem firmar-se na doutrina: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina;
persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo
como aos que te ouvem” (1Tm 4.16).
3.
NECESSIDADES ESPIRITUAIS
O propósito para o qual o homem foi
criado, foi para representar Deus na terra, governando, dominando, sujeitando.
O domínio reflete o relacionamento horizontal do homem, isto é, em relação às
obras da criação. O poder e autoridade concedido para dominar, reflete a
necessidade do relacionamento vertical do homem, isto é, com o seu Criador.
Este relacionamento proporciona o
enriquecimento da espiritualidade humana. O seu humano possui em sí, algo vindo
de dentro do próprio Deus, o fôlego de vida (Gn 2.7). Não há na terra alguém
que não tenha necessidades espirituais. O ser humano é por natureza um ser
religioso e por isso precisa de Deus.
As religiões mundiais, os ritos
tribais e a própria noção de certo ou errado no homem, reflete a sua
necessidade espiritual e convicção da existência de um ser superior, Deus.
Assim como Adão, Caim também fugiu da
presença de Deus (Gn 3.8; 4.16). O descendente direto de Caim, Lameque, também
não foi diferente, pois se tornou bígamo e assassino (Gn 4.23). os homens do
capítulo seis de Gênesis tinham se desviado inteiramente do Senhor, isto
enfraqueceu a espiritualidade deles levando-os a fazerem todo o mal possível
nesta terra 9Gn 6.5,11 e 12).
Todo ser humano precisa exercer a sua
espiritualidade, para isto Cristo nos foi enviado, para nos aproximar do Pai
(Ef 2) e depois, nos enviar o seu Santo Espírito (Jo 14.16,17). É o Espírito
que intercede junto a Deus por nós: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as
nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o
mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que
examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo
Deus intercede pelos santos” (Rm 8.26,27).
Esta necessidade espiritual precisa ser
trabalhada, e a exortação do velho Paulo ao jovem Timóteo nos é válida neste
momento.
Como
deve ser trabalhada a espiritualidade dos alunos?
a.
Através da oração: “Antes de tudo,
recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por
todos os homens [...]Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas,
sem ira e sem discussões” (1Tm 2.1,8).
b. Através
do estudo da Palavra: “Tu, porém, permanece
naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens
aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem
fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus
(2Tm 3.14,15).
c.
Através de bons exemplos: “Tu, porém, tens
seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade,
paciência, perseguições e aflições tais quais me
aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e
o Senhor de todas me livrou [...] Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” (2Tm 3.10,11 e 14).
O escritor aos hebreus
ressalta aos seus leitores que eles estavam “rodeados
de uma grande núvem de testemunhas” que podem nos levar a deixar todo
embaraço e pecado que continuamente nos cercam (Hb 12.1). Ele está fazendo
menção dos heróis relatados ao longo do capítulo 11; Abel, Enoque, Noé, Abraão,
Sara, Isaque, Moisés e muitos outros.
Nós como professores devemos
exercer esta influencia na vida dos nossos alunos. Devemos motivá-los a seguir
o mesmo estilo de vida e piedade que vivemos. Vale para nós a exortação de
Paulo a Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade: mas sê o exemplo dos fiéis, na
palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1Tm 4.12).
“Procura apresentar-te a Deus aprovado,
como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da
verdade”
(2Tm 2.15).
Pr. Járber Sousa
Arari – MA, em
25 de março de 16
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