quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ASPECTOS DOS SERVOS DE CRISTO

TEXTO: Judas 1 - 25

INTRODUÇÃO:
Em meio à terrível influencia do gnosticismo dos anos 65 e 80 de nossa era, foi necessária uma urgente apologia que viesse em socorro dos da igreja que estava sendo levada pelas ondas desta terrível doutrina, alheia à ortodoxia que começou a ser introduzida no meio dos cristãos do tempo de Judas.

Os pregadores dessa doutrina diziam-se serem os únicos a possuírem uma perfeita visão de Deus. E que era através desse conhecimento, a gnosis, que conforme alardeavam haveriam de ser salvos.

E foi para combater semelhantes heresias que Judas resolveu sair em defesa da fé que, uma vez por todas, fora confiada aos santos. Não havia mais tempo para se escrever um compêndio apologético e doutrinário, pois que o momento era critico, e exigia ação imediata. Por isso, ele se coloca a escrever sua epístola que seria uma arma de ataque e ao mesmo tempo de defesa aos cristãos, não só os de sua época, mas, depois de tantos séculos transcorridos, serviria aos cristãos de todos os tempos até que a misericórdia de Jesus Cristo nos leve para a vida eterna (v. 21).

Diferentes dos falsos pregoeiros dos ensinos contrários às verdades cristãs, Judas se apresenta de forma extremamente diferente deles, uma vez que os mestres gnósticos se aproveitam da fragilidade do rebanho, Judas se autodenomina como, servo de Jesus Cristo.

Sendo que, como servo, Judas não se preocupava com o marketing pessoal, mas, seu único interesse era exaltar o Rei Soberano se colocando como servo dEle. Para Judas era-lhe honroso ser irmão do Senhor Jesus, mas, postar-se como servo de Cristo lhe era sumamente glorioso.

É com base nessa declaração de Judas, que vamos meditar um pouco sobre os aspectos de um servo de Cristo, tomando por base a vida de Judas, e as atitudes da igreja a quem se dirigia quanto aos falsos mestres.

O primeiro aspecto dos servos de Cristo está no fato de que eles;

I. BATALHAM PELA FÉ; V.3

“... senti que era necessário escrever-lhes insistindo que batalhassem pela fé de uma vez por todas confiada aos santos.”


Conhecedor da urgência em alertar os crentes quanto à necessidade de lutarem pela genuinidade da fé cristã, Judas sabia que o momento não era para se dedicar a obras exaustivas, pois demandava um breve manual de guerra, no propósito dos santos, de forma ousada, enfrentar o inimigo que rondava entre eles.

Ninguém pode defender algo que não a possui, a fé, de acordo com o próprio texto, fora concedida definitivamente aos santos, eis a principal razão deles se empenharem em defendê-la, pois de constante, estava ameaçada pelos falsos ensinos gnósticos.

ILUSTRAÇÂO:
Você já leu as 95 teses de Martinho Lutero? Embora insignificante quanto à extensão, foi este panfleto mais do que suficiente para revolucionar a Igreja e arrancar o Ocidente das garras do catolicismo Romano. Lutero bem sabia que aquele não era o momento para se escrever um extenuante tratado sobre a justificação pela fé. Era um instante de luta e de renhidos embates. Não agisse ele enérgica e rapidamente, ficaria a Igreja de Cristo por mais alguns séculos sob o jugo de Roma. Sensível, pois, ao impulso do espírito Santo, redigiu suas teses e, no dia 31 de outubro de 1517, fixou-as nos frontões de Wittemberg. Estava deflagrada a Reforma Protestante, cujos frutos são até hoje colhidos em todos os continentes e grupamentos evangélicos.

Igual urgência deve ter sentido Judas. O homem reflexivo de repente é arrancado ao seu refúgio, e posto num campo de batalha. Nesta, haveria de se empenhar até que estivesse o inimigo subjugado.

Queridos irmãos, nossa nação requer profetas e obreiros comprometidos com a verdade. Não mais podemos conviver com teólogos, escritores e mestres que, ao ocuparem nossas cátedras e púlpitos, só demonstram uma única preocupação: exibir seu academicismo mumificado e estéril. Enquanto isso vai nossa gente sendo entregue ao adversário. Se não agirmos como Judas, será tarde demais. O futuro de nosso país será desprovido de futuro em conseqüência de nossa presente letargia e inércia por aprender as lições do passado.

Você está se preparando para a guerra? Já sabe como combater o inimigo? É necessário que todos nós estejamos adestrados para lutar em prol da pureza da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. À semelhança dos atletas gregos, empenhemo-nos por assegurar nossos triunfos em Cristo Jesus. Afinal, somos atletas e soldados de Cristo. Você tem coragem, determinação e garra para esta batalha? Saiba que o Senhor o quer na linha de frente para combater o pecado; em nome de Jesus, não recue. Fomos convocados pelo Supremo Comandante para lutar em favor da santíssima fé. Sejamos cristãos genuínos, que semelhantes a Jesus, enfrentemos os inimigos da Verdade e da justiça, batalhando arduamente pela genuinidade da nossa fé.

Não só batalhar pela fé, que é um aspecto dos servos de Cristo, mas, também o fato deles;

II. FORTIFICAREM-SE NA PALAVRA; V.17

“Todavia, amados, lembrem-se do que foi predito pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo.”

Da mesma forma que nos tempos de Judas, os escarnecedores da atualidade não deveriam ter vez nem oportunidade em nosso meio. Infelizmente, não são poucos os obreiros que, na ânsia de inflar as igrejas, convidam pregadores que nenhum compromisso tem com a doutrina ou com os bons costumes. E o resultado não poderia ser outro. Suas igrejas dificilmente voltarão a ter o vigor de outrora.

Não nos impressionemos com os ventos de doutrinas nem com os modismos. Pois são todas artimanhas do diabo para desestruturar a Igreja de Cristo. Tais coisas só beneficiam os mercenários que, com anuência dos inimigos, estão a nos espoliar as ovelhas. Por esta causa, é necessário que tomemos inúmeras precauções, e uma das principais, é exatamente a que Judas orienta aos crentes de sua época no versículo dezessete, que se firmem na Palavra de Deus.

Somente pela Palavra de Deus, é que vamos ter condições de vivenciarmos primeiro aspecto de servos, enfatizado no primeiro ponto, que é batalhar pela fé, se batalhamos, é mister que diariamente estejamos munidos das verdades contidas nas páginas das Sagradas letras, que nos capacitam a testemunhar a qualquer um que questionar a razão de nossa fé.

A palavra de Deus é libertadora, e é capaz de nos livrar das façanhas do diabo que nos cercam diariamente, e nos ajudará a livrar muitos outros dos falsos ensinos. Esse assunto me faz lembrar do episodio da tentação de Cristo, enquanto o diabo usava a própria Palavra com um mal objetivo, derrubar Jesus, e ao mesmo tempo Jesus a usava combatendo o próprio diabo com a Palavra para derrotá-lo e fazê-lo desistir da tentação, o que de fato aconteceu.

Não é diferente ainda hoje, inúmeros utilizam a Palavra dando a ela um sentido que ela não dá. Só poderemos combater o nosso inimigo se o conhecermos e sabermos quais sãos os seus pontos fortes e fracos. Só então teremos condições de entrar nesta árdua batalha, e para vencer, tomando sobre nós todas as armaduras espirituais de Deus como defesa, e a Palavra de Deus como arma de ataque.

Portanto, meus queridos irmãos não hesitem em se alimentarem diariamente das vitaminas espirituais que a Palavra de Deus tem a oferecer. Como cristão e servos de Cristo, é nosso dever fazer a vontade do nosso Senhor, e a vontade dele é que todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade, e só a conhecerão se houver quem a anuncie, e só a anunciarão, se houver quem a possui, e somos nós quem a possuímos, pois por ela conhecemos a Cristo e o aceitamos, e hoje, por sua Palavra estamos de pé, lutando pela fé que ele nos deu. Para continuarmos nessa guerra, fortifiquemo-nos a cada dia das palavras que Cristo e seus apóstolos nos deixaram.

Tal como Judas utilizou a autoridade dos demais apóstolos para ratificar sua peleja no intuito de nos levar à posição de servos, devemos nós também, fazer uso da autoridade que nos foi conferida por Cristo Jesus, para enfrentarmos os inimigos espirituais e carnais que afetam nossa espiritualidade. Pois Jesus quando escolheu os seus discípulos conferiu-lhes poder e autoridade. Conosco também não foi diferente.

E que tenhamos mais êxito no que diz respeito às atitudes que nos moldam à estatura de servos de Cristo, precisamos pôr em prática o mais importante e progressivo aspecto de servos, que é o fato de;

III. EDIFICAR-SE NA SANTÍSSIMA FÉ, EM ORAÇÃO; 20 – 25

“Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo.”

É sabido de todos nós, que o objetivo de Judas foi estimular a igreja de seus dias a batalhar pela fé que, de uma vez por todas, foi entregue aos santos. Agora, em suas palavras finais, exorta-nos ele a edificar-nos, nesta mesma fé, a fim de que sejamos guardados até ao arrebatamento da igreja.

Nunca as exortações de Judas fizeram-se tão necessárias! Sua epístola deveria ser lida e relida nesses tempos de crise e calamidade espiritual. Seu objetivo primeiro, como já dissemos, é a preservação da fé que nos confiou o Senhor Jesus Cristo. Ai de nós se não atentamos às suas advertências.

ILUSTRAÇÃO
Um dos maiores mártires do cristianismo aconselhou a seus paroquianos “Crê, espera e serás forte. Não podes ser vencido sem a sua vontade, e a graça é mais poderosa que todos os obstáculos”. Savonarola sabia muito o que estava a dizer; não estivesse edificado na santíssima fé, certamente teria sucumbido ante os poderes das trevas.

Se também estivermos edificados na fé, seremos em tudo mais do que vencedores. O que significa estar edificado na fé? O significado do original grego nos dá idéia de se construir e estar completamente assegurado neste edifício. Devemos nos assegurar nela, uma vez que ela nos dá forças e animo para aguardarmos com paciência, aquilo que nós não vemos, mas, que pela fé, cremos que existe e real e em breve se manifestará.

Porém, como um verdadeiro servo não faz apenas o que lhe mandam, mas, em tudo procura agradar ao seu senhor, Judas vai muito mais além de simplesmente nos edificarmos na fé, mas também vivermos na prática constante da oração. Veja o que o texto nos diz;

“Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo”.


A ordem divina é: “Orai sem cessar” (I Ts 5.17). a expressão grega utilizada por Paulo dá a idéia de um tributo que devemos pagar ininterruptamente ao Rei, pois assim Ele o exige. Não podemos viver sem oração. É necessário que voltemos a esse maravilhoso, doce e indescritível exercício. O diabo não teme um grande teólogo, mas foge de um ministro que faz da oração a regra áurea de sua vida.

Querido irmão, você tem orado? Tem pago o tributo da oração àquEle que merece todas as nossas devoções? Ou já se esqueceu deste grande compromisso? Viver não é preciso; orar é preciso para sobreviver em tempos de calamidade espiritual.
CONCLUSÃO:

Amados e santos de Deus em Cristo Jesus, não podemos encerrar esta mensagem sem termos nos sentido nesta oportunidade, devedores daquEle que nos resgatou por um alto preço e nos pôs em liberdade. Precisamos ter em mente que, somente servindo de coração a Ele, é que seremos no mínimo, gratos pelo que ele nos fez.

Que este sentimento de escravo, não se aparte de nossas vidas e de nossas mentalidades. Precisamos servir para podermos receber. Como servos de Cristo, muito temos a prender com Judas. Apesar de sua elevada posição como meio-irmão de Cristo e irmão de Tiago, portou-se como humilde servo do Redentor. Em nenhum momento buscou a primazia, nem reivindicou deferências. O seu maior prazer era servir ao Reino de Deus.

Encerrando sua epistola, depois Ed exortar-nos energicamente a batalhar pela fé que nos foi confiada, Judas enaltece o Cristo de Deus com esta belíssima doxologia:

“ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre. Amém!” (Jd 25).

Defendamos a fé. Exaltemos, pois, o Cristo de Deus. Louvemos ao Cordeiro, pois Ele é digno de toda a honra, de toda a glória e de todo o louvor. Judas achava-se acima da doença maldita do auto-marketing, que tem destruído inúmeros ministérios. Mas contentava-se em servir. Que o seu exemplo cale bem fundo em nossos corações! Assumamos, e já, a posição de servos dos servos de Cristo Jesus, o nosso Senhor e Salvador. AMÉM!!!
Vargem Grande Paulista - SP, 04 de junho de 2009
Seminarista Járber SOUSA

O SOFRIMENTO DO JUSTO - Jó 2.1-10


INTRODUÇÃO:
A história de Jó reflete a vida de todo cristão aqui na terra. Momentos nas montanhas, outros nos vales. Agora, momentos de alegria, depois, de angustia. Num momento somos motivados a adorar a Deus pelo que Ele é e louvá-lo pelo que Ele tem feito por nós, noutro momento somos tentados a murmurar contra Ele e amaldiçoá-lo pelas provas que Ele nos permite. Assim é a vida de todo cristão.
Assim foi a vida de Jó, o maior exemplo de paciência em meio aos desesperos da vida, de perseverança em meio aos obstáculos do caminho, de esperança em meio e calamidades da vida, em fim, exemplo de fidelidade e lealdade a Deus diante das motivações negativas que nos instigam contra Ele.
A passagem que acabamos de ler, narra-nos a segunda provação de Jó. Isso nos faz entender e aprender que, a vida de um justo é constantemente uma prova. Tomo como base uma reflexão do Pr. Ariovaldo Ramos que disse; “Nós só sofremos perseguições e provações, simplesmente porque queremos implantar e viver a justiça de Deus”. Sob esse raciocínio compreendemos que enquanto estivermos dispostos a viver uma vida santa, seremos tentados a nos corromper, enquanto caminharmos na justiça de Deus nós seremos instigados a proferir injustiças contra Ele devido as surpresas desagradáveis da vida.
Porém Jó é o exemplo a ser seguido. Afinal, era esta a segunda provação da primeira que já passou e das muitas que ainda viriam. Porém na medida em que Jó era provado, ele aprendia sempre um pouco mais de Deus, e essa era a motivação que ele tinha para superar e passar por todas as provas que enfrentasse. Pois Jó sabia, que tudo o que tinha, foi Deus quem deu, então cabia a Ele a decisão de tirar e a maneira como usaria para fazer isso. Mesmo que fosse da mais terrível forma possível e insuportável para um humano.
Queridos irmãos, tal como Jó somos tentados a cada momento a blasfemarmos contra o Soberano e Dono de todas as coisas, porém quando compreendemos que Ele dá e tira, e tem poder para fazer muito mais além daquilo que pedimos ou pensamos, chegaremos ao mesmo nível de relacionamento que teve Jó com Deus. E assim, seremos não só provados, mas aprovados por aquele que nos provou.
Diante desta reflexão introdutória, tomarei como exemplo, não a pessoa, mas a segunda provação de Jó, como base para nossa meditação sobre o tema;

TEMA: O SOFRIMENTO DO JUSTO



1. O PAPEL DE SATANÁS; Instigar Deus e causar o sofrimento – v.3c, 4, 7

“... apesar de você ter me instigado contra ele para arruiná-lo sem motivo” v.3c.


Parece ser algo difícil de entender esse paradoxo, como poderia um ser caído e destituído de sua Glória tentar instigar o Único Ser Soberano, Criador e dono de toda Glória como JAVÉ? A verdade é que Deus sabia que a intenção do inimigo não era outra senão fazer o seu justo servo abrir sua boca contra o Deus único. Uma vez que Deus dera bom testemunho a respeito de Jó, Satanás O desafia a provar essa adoração desinteressada que tinha Jó.
Há sempre uma guerra espiritual no mundo invisível na luta quanto à perseverança dos santos. Por um lado Deus guarda, abençoa e protege. Por outro satanás tenta desfazer tudo isso insinuando que esses santos servem a Deus, motivados por um interesse egoísta. Satanás continuava suas perambulações pela terra, presumivelmente realizando algum tipo de serviço, como filho de Deus em missões delegadas. Satanás teria de prestar contas a Jeová tendo feito tudo quanto podia para destruir Jó, Satanás tinha agora um “relato especial” a oferecer.
Se Jó não blasfemou quando suas riquezas e sua família foram severamente removidas, Satanás sabia que Jó poderia blasfemar se seu corpo fosse atacado, o que seria uma provação mais severa que a anterior. Não bastasse satã ter ousado se apresentar diante da majestade augusta de Deus, quanto mais diante da fragilidade do servo de Deus que depende tão somente da misericórdia e da graça divina para viver debaixo desse sol. Observe o texto do versículo 7;
“Saiu, pois, Satanás da presença do SENHOR e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça.”
Uma coisa que devemos aprender aqui é que satã não perde tempo para tragar os servos de Deus, fazendo-os desviarem-se dos caminhos santos do SENHOR. Observando isso, perceberemos que não foi à toa o que Pedro escreveu ao se referir à atuação de satã;
“Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.” (I Pd. 5.8)
Amados irmãos em Cristo, a vida cristã é uma constante carreira que nos estar proposta (Hb 12.1c), devemos tão somente estar firmes no SENHOR e confiantes de que Ele é quem sabe todas as coisas, e que nada acontece sem que ele permita. Se Jó passou pela primeira prova, perdendo os seus bens e sua família, e ainda assim sabia que Deus era o dono de tudo e mesmo assim esse Deus não deixaria de ser o que é em Sua essência, nós também temos a mesma possibilidade, uma vez que nada nos separará do amor de Cristo e que nEle somos mais do que vencedores (Rm 8.31-39).
Porém, no desenrolar dos sofrimentos dos justos não é somente nosso inimigo que tem sua atuação, e se tem é porque Deus o permite. E com base nisso chegamos ao segundo ponto de nossa reflexão, que é o papel de Deus em meio ao nosso sofrimento.

2. O PAPEL DE DEUS; Permitir e proteger – v.6

“O SENHOR disse a Satanás: Pois bem, ele está nas suas mãos;...” v.6a

Neste versículo nós encontramos um aspecto lindo de Deus quanto à prova do justo, a sua Permissão, isso revela a Sua total autoridade sobre os seres criados incluindo os rebelados como Satanás. A Sua soberania e autonomia sobre os seres espirituais, aqueles de I aos Coríntios 6.12, que lutam contra nós.
Os sofrimentos de Jó estão claramente identificados como causados por Satanás, mas também como permitidos por Deus. Vale ressaltar que Deus não faz nada se não for do seu agrado. Ao observar o texto do verso 4, notaremos que Deus fala à Satanás que não havia motivos de permitir o sofrimento de Jó. Talvez uma pergunta permeie tua mente tentando encontrar a resposta do porque Deus permitir algo contra aquilo que Ele mesmo o tem por justo, integro, temente a Ele e que se desvia do mal?
A verdade é que o prazer de Deus não estar somente no sofrimento dos seus filhos, mas na forma como estes glorificam o Seu nome diante das provas, envergonhando Satanás e enaltecendo o Nome do Altíssimo (1.21). Porém, outro aspecto lindo que encontramos no Ser de Deus no versículo 6, é a sua Providencia em favor do justo. Observe o restante do versículo que diz;

“... apenas poupe a vida dele”. v.6c


Deus não estava aqui pedindo um favor para Satanás. Não estava implorando a satanás que não fizesse com que Jó blasfemasse contra Ele e de repente, Deus ser decepcionado, frustrado por passar pela vergonha de ser negado por um homem que a pouco tinha obtido o testemunho de ser “perfeito”.
Deus estava na verdade ordenando a satanás que não tocasse na vida de Jó. Estava decretando que lhe fosse poupada a vida. Agindo assim, Deus não somente permitiu o sofrimento de Jó, mas simultaneamente providenciou livramento. Deus estava ali, como sempre limitando o poder de Satanás. Isso nos faz lembrar o que nos diz a Escritura quando afirma que Deus não nos tenta além do que podemos suportar.
Amados, quando Deus decide permitir que o inimigo nos prove é simplesmente para que Ele tenha o prazer de nos galardoar segundo a nossa perseverança. Lembremo-nos do que disse Tiago;
“Bem aventurado o homem que suporta com perseverança a provação, porque depois de ter sido aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam”. (Tg 1.12)
Jó sofreu, mas também foi protegido tanto na primeira quanto na segunda provação. E o motivo pelo qual ele tudo suportou foi simplesmente pelo fato dele amar o seu SENHOR.
O Deus de Jó é o mesmo Deus de hoje e sempre. Se estiveres sofrendo não penses que Ele não te ver. Ele simplesmente aguarda que você seja aprovado. Para que o Nome dEle seja exaltado e você seja cada vez mais aperfeiçoado para a Sua Glória.
Satanás instigou a Deus e causou o sofrimento de Jó. Deus tão somente permitiu a Satanás como providenciou livramento a Jó. Agora para aplicarmos as maiores lições desta passagem ás nossas vidas, precisamos saber qual o papel do justo quando estiver sendo provado.

3. O PAPEL DO JUSTO; Suportar e manter sua integridade – v.3, 8 - 10

“... Ele (Jó) se mantém integro, apesar de você (Satanás) me (Deus) haver instigado contra ele para arruiná-lo sem motivos” v.3c.

“Então Jó apanhou um caco de louça e com ele se raspava, sentado entre as cinzas” v.8.
Tanto no primeiro como no segundo teste, Satanás, Deus e Jó mantiveram seus papéis. Satanás como acusador que é, acusou Jó de uma falsa adoração, motivada em interesses naquilo que Deus lhe entregara como bênçãos (1.10,11; 2.2.4). Deus como sempre SENHOR Soberano, permite que seu servo seja provado e ao mesmo tempo livre de alguns ataques de Satanás. Enquanto isso o pobre Jó continua sentado nas cinzas sem ninguém pra lhe amparar, uma vez que seus amigos só apareceram quando satanás faz seu ultimo teste.
Jó passou pela primeira prova que o deixou nu. Ali prostrado no chão, afundado em sua tristeza, ele continuava adorando a Deus. Estava provado que Satanás se equivocara. O drama comprovara o fato de que existe adoração desinteressada. Um homem inocente embora severamente afligido, e sem causa alguma ainda assim pode adorar a Deus, embora não haja vantagem em tal atitude.
Jó tinha consciência de que nada mudaria a sua compreensão do Deus a quem servia, do contrário ele não teria feito a linda declaração a respeito do seu Deus no capítulo 19 e verso 25; “Eu sei que o meu redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra”
As provas, as calamidades, os bens extraviados, os filhos mortos, o abandono da mulher. Nada! Nada disso mudaria a convicção de Jó tinha a respeito de Deus. Diferente de sua mulher (essa sim tinha uma adoração interesseira) que estava de acordo com o desejo de Satanás, que era amaldiçoar a Deus, uma vez que ela em induzir Jó a fazer tal coisa, já o havia feito em seu coração.
Porém Jó não tinha maldade e nem maus pensamentos no seu coração. Não encontrava motivos para blasfemar contra o seu Deus. O dia do seu nascimento e o homem que levou a noticia de seu nascimento para seu pai foram amaldiçoados por ele mais adiante. Mas ao abrir a boca para falar do seu Deus ele é bem enfático em reconhecer que Deus é Soberano e que nada foge do Seu controle. E por fim, envergonha o diabo com suas táticas maléficas suportando as provações e mantendo sua integridade.
Diante dessa compreensão, jamais acusaremos a Deus por nos provar sem motivos, o motivo é sermos aprovados para a glória do seu nome; tal como Jó no verso 10 do capitulo 2;
“... Em tudo isso Jó não pecou com seus lábios”.


CONCLUSÃO:
O único objetivo de Satanás era fazer Jó pecar com seus lábios. Abrir a boca e declarar abertamente que Deus é infiel, é injusto, não valorizou o seu temos e a sua integridade. Afinal, Jó sabia da vida piedosa que levava diante de Deus. E segundo o próprio relato, Deus não tinha motivos para provar Jó (2.3c).
Mas Satanás com suas artimanhas desafiou a Deus a provar essa tal fidelidade de Jó, que segundo sua sagacidade era uma fidelidade camuflada, fincada nos bens em que Jó possuía. Deus aceita o desafio, e Satanás parte para o ataque sob a permissão divina contra os bens e os filhos de Jó. Depois, sempre sob o controle de Deus satã parte contra a saúde de Jó, num ato de encobrir a sua vergonha, Satanás apela para o fato de a vida ser o mais importante para Jó do que os seus próprios bens.
De um lado, Satanás tenta fazer de tudo, usando os inimigos e até a família para fazer Jó amaldiçoar o seu Deus, do outro lado, estar Deus, olhando tudo, observando a forma extraordinária como seu servo mantinha sua integridade. E no centro de tudo isso, estava Jó, sentado nas cinzas tendo como único bem em suas mãos, um mísero caco para coçar suas chagas. Os céus em festa e o inferno em desespero, pois nesse relato a famosa luta do Bem contra o Mal vira o inverso, o Mal lutando contra o Bem.
Jó se esforçava para compreender a causa de tudo isso, mas não ousava pecar contra o seu Deus, pecando com os seus lábios. Em fim, o Bem prevaleceu.
Queridos irmão, todos nós somos afligidos por males que nos sobrevêm de surpresa e às vezes sem causa. A cada dia somos tentados a murmurar contra o nosso Deus, e parecemos não encontrar motivação para permanecer firmes em meio aos sofrimentos. Para concluir esta reflexão e para enlevo de tua alma abatida, faço questão de citar o texto de Tiago 4.11, quando se refere à Jó ao falar da paciência nos sofrimentos;
“Como vocês sabem, nós consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança. Vocês ouviram falar sobre a perseverança de Jó e viram o fim que o SENHOR lhe proporcionou. O SENHOR é cheio de graça e misericórdia”.
Você meu querido pode se deleitar nesse Deus, no Deus de Jó, no seu Deus! AMÉM!!!
Vargem Grande Paulista - SP, 25 de agosto de 2009
Seminarista Járber SOUSA