INTRODUÇÃO
Pregar a palavra a tempo e fora de tempo
foi uma exortação do apóstolo Paulo a Timóteo diante da rejeição de muitos à sã
doutrina[1]. Esta exortação deve
inflamar o coração dos ministros de Deus dos dias atuais, para que não
negligenciem a sua vocação para com o ministério da palavra.
Se a pregação deve ser “a tempo e fora de
tempo”, não se deve jamais, aceitar que hajam cultos em que não se priorize a
ministração da verdade ao coração do rebanho de Cristo, a Igreja. Numa época em
que o relativismo moral tenta a qualquer custo invalidar a atualidade das
Escrituras, precisa-se urgentemente, de homens como Paulo que incentivem o
cultivo da piedade e o exercício da pregação bíblica, e, também, de homens como
Timóteo para abraçarem esta responsabilidade, cumprindo seu ministério com
equilíbrio[2].
Entendendo que os problemas enfrentados
nos tempos de Paulo ainda permeiam o evangelicalismo brasileiro, e que o valor
e atualidade das Escrituras são de imprescindível valor e urgência para a aplicação
bíblica ao exercício ministerial, especialmente na pregação, este artigo tem
por objetivo apresentar com base bíblica, a utilidade e prioridade da pregação
bíblica como elemento litúrgico indispensável dos cultos que se ofertam a Deus.
1.
CONCEITUANDO
A PREGAÇÃO BÍBLICA
A
pregação bíblica parte do pressuposto de que a Bíblia é a infalível, inerrante
e suficiente palavra de Deus. A crença de que a Bíblia é a única regra de fé e
prática tanto de quem prega, como de quem ouve a pregação.
Em relação aos tipos de sermão,
concorda-se com Hernandes Dias Lopes quando diz que “seria perfeitamente
possível classificar a pregação expositiva como pregação expositiva textual e
pregação expositiva tópica”[3]. Esta afirmativa, favorece
de certa forma aqueles pregadores que ao longo da história de suas
denominações, não obtiveram o treinamento adequado no que diz respeito a
elaboração e entrega de sermões expositivos, como consequência, aderiram ao
método tópico ou textual de pregar. Hernandes não ver problemas, desde que, se
mantenha no foco do texto ou da passagem em foco.
A exposição fiel do texto sagrado é o que
deve ocupar os púlpitos das igrejas enquanto cultuam. Pois esta exposição “é o
tipo de pregação que, em termos bem simples, expões a Palavra de Deus. Ela toma
determinada passagem da Escritura, explica e, em seguida aplica o significado
da passagem à vida da congregação”[4]
A pregação bíblica é centrada na Bíblia, é
aquela que começa e termina com a Bíblia. Sempre expões o que diz a Bíblia e
não o que pensa o pregador. Como diz Fergunson;
“O pregador cria o
sermão, não a mensagem. Ele proclama e explica a mensagem que recebeu. Sua
mensagem não é original, ela lhe é dada (2Co 5.19). O sermão não é a palavra do
pregador, é a Palavra de Deus”[5].
A pregação sendo centrada na Bíblia,
consequentemente ela será cristocêntrica. Nenhuma pregação deve omitir o
caráter do Salvador. Isso inclui especialmente o Antigo Testamento, embora
existam muitos pontos em que Cristo não é encontrado. Isto torna a pregação
bíblica indiscutivelmente cristocêntrica. Como diz Duncan, “há apenas um
caminho para Deus, que é por intermédio de Jesus Cristo, mas há uma variedade
maravilhosa de caminhos no Antigo Testamento para se chegar a Cristo”[6].
A pregação bíblica cristocêntrica é
ensinada e exemplificada pelo próprio Cristo em Lucas 24, diante da reclamação
dos discípulos que caminhavam sem ânimo para Emaús, devido as suas esperanças
no messias terem sido lançadas por terra. Ao que Jesus responde: “Ó néscios e
tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! ” (v.25). Jesus
sabia que, caso eles soubessem ou lembrassem do registro profético do Antigo
Testamento sobre ele, o Cristo, teria ciência da pessoa e natureza do Messias[7]. Razão pela qual Lucas,
como resultado das suas pesquisas registra que, “começando por Moisés,
discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava
em todas as Escrituras” (v. 26, 27).
Percebe-se claramente o exemplo do que
deve ser uma pregação genuinamente bíblica e consequentemente cristocêntrica;
uma exposição a respeito do Redentor em toda a Escritura.
2. A NECESSIDADE DA PREGAÇÃO BÍBLICA HOJE
Tendo compreendido o significado adequado
de pregação bíblica, vejamos a carência da exposição bíblica nas igrejas de
hoje[8].
a.
Causas
da centralidade da pregação bíblica
Por centralidade da pregação, não
afirmamos com isso que, o louvor, ofertório, leitura pública da Bíblia e outros
elementos de uma liturgia devam ser ignorados. O que afirmamos é que nenhum
destes elementos litúrgicos de um culto deva ser prioridade em vez da exposição
da palavra de Deus.
Uma vez que em 2 Timóteo 3.16, 17 Paulo
deixa claro que “Toda a Escritura é”:
· Inspirada
por Deus
· Útil
para o ensino verdadeiro
· Útil
para a repreensão
· Útil
para a correção
· Útil
para a instrução na justiça
· Tudo
isso com a finalidade de nos capacitar para realizarmos toda boa obra
Estas são algumas das inúmeras causas
pelas quais a pregação deve ocupar o lugar de prioridade na liturgia do culto
cristão. Somente a valorização da exposição da verdade é que pode direcionar o
coração da congregação reunida para entender a vontade de Deus para a sua vida
e a sua responsabilidade para com Deus.
Todas as causas da razão desta
centralidade da Palavra conduzem à solução de um terrível problema enfrentado
na eclesiologia atual, a crise de autoridade. Vivemos em uma cultura onde o
relativismo compromete a verdade absoluta das Escrituras, torna o que era
errado no passado, em correto no mundo pós-moderno. Somente a palavra de Deus
anunciada com graça e poder será capaz de transformar mentes corrompidas pelo
liberalismo, secularismo e outros “ismos” que ignoram a autoridade da Bíblia e
consequentemente, dos ministros do Evangelho.
Em uma análise sobre os desafios do
ministério pastoral na atualidade, David Fisher argumenta com precisão sobre a
crise de pregação que:
“Em nenhuma área a
autoridade é mais significativa para o ministério pastoral do que na pregação,
pois é no púlpito que falamos a Palavra de Deus. O tom da nossa liderança é
estabelecido na autoridade moral e espiritual que exibimos em nossas pregações.
Pregar é a demonstração pública de que a Palavra de Deus opera em nós e é o
instrumento que o Senhor utiliza para falar à Igreja e ao mundo. Pregar sem
autoridade rouba a essência da Palavra de Deus; é como um exército sem armas. O
Evangelho de Cristo exige a autoridade que lhe pertence” (1999, p. 307).
O
pastor como pregador jamais deve esquecer de que é um embaixador de Cristo (2Co
5.20), e como representante oficial do Salvador deve fazer uso da sua
autoridade como ministro do Evangelho, crendo piamente na autoridade desse
mesmo Evangelho que “é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”
(Rm 1.16).
b.
O
lugar da pregação bíblica no culto cristão
Sobre a centralidade da pregação com
prioridade do culto cristão, o teólogo Graeme Goldsworthy diz que:
“É a tradição da
centralidade da Palavra pregada na vida da igreja cristã. Cremos que a pregação
não é um item secundário no programa da igreja local, e sim que ela está no
próprio âmago do significa ser o povo de Deus. Entendemos a atividade de pregar
como o meio primário pelo qual as congregações do povo de Deus expressam
submissão à sua Palavra.[9]
A pregação bíblica sempre tem sido
prioridade divina ao longo da história da redenção. Já lá no Éden, o próprio
Deus se encarregar de anunciar a redenção aos pecadores (Gn 3.15). Comissiona
Moisés para ir ao Egito anunciar a libertação aos Hebreus (Êx 3.10-20). Levanta
profetas para chamarem o seu povo ao arrependimento e a obediência à Sua
Palavra. Jesus separa 12 discípulos para serem apóstolos e com poder a
autoridade irem pregar dizendo que o reino do céu havia chegado (Mt 10.5-8),
esta responsabilidade de pregar foi intensificada com a Grande Comissão (Mt
28.18-20).
Como resultado da pregação bíblica de
Pedro em Atos 2, os primeiros crentes “perseveravam na doutrina (pregação e
ensino) dos apóstolos” (v.42). O ministério da pregação era tão evidente que o
último versículo do livro de Atos diz: “pregando o reino de Deus e ensinando
todas as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, com toda a liberdade, sem
impedimento algum”.
Portanto, a totalidade das Escrituras
demonstram que a pregação deve ocupar um lugar de valor na reunião do povo de
Deus, isto é, na celebração do culto que se oferta a Deus.
Pensando nisto, foi que um grupo de
teólogos renomados mundialmente formularam uma declaração de afirmações e
negações, das quais, uma diz assim:
“Afirmamos a
centralidade da pregação expositiva na igreja e a necessidade urgente de um
reestabelecimento da exposição bíblica e da leitura pública da Escritura em
adoração. Negamos que o louvor honroso a Deus possa marginalizar ou
negligenciar o ministério da Palavra como manifestada por meio da exposição e
da leitura públicas. Negamos ainda que uma igreja desprovida de pregação
bíblica verdadeira possa sobreviver como igreja do evangelho” (apud DEVER, A pregação da cruz, 2010,
p.153).
É toda a Escritura que deve direcionar a nossa
forma de cultuar a Deus. Tudo o que acontece durante o culto, cada elemento de
uma liturgia deve ser pautado pela verdade Bíblica. É a Palavra de Deus que
deve ser o princípio regulador do culto cristão. Assim, passaremos a analisar
os benefícios trazidos como resultados da centralidade da pregação bíblica no
culto à Deus.
3.
OS
BENEFÍCOS DA PREGAÇÃO BÍBLICA NA LITURGIA DO CULTO
a.
No
louvor
Não há dúvidas de que toda nossa
existência, envolvendo o que somos e o que fazemos, deve ter por finalidade a
glória de Deus. Deus é louvado quando o seu propósito é executado na criação. E
a pregação já louva a Deus pelo fato de ser bíblica, sendo assim, é inevitável
que alguns benefícios não resultem no culto onde ela é prioridade.
Por louvor, tomamos o conceito do teólogo
bíblico Walter Kaiser Jr que elucida a distinção entre o louvor descritivo e
declarativo:
“A distinção
essencial entre os dois tipos de louvor pode ser declarada sucintamente:
recitar os atributos de ou qualidades de Deus é se envolver em louvor descritivo,
mas tratar dos atos de Deus é se envolver em louvor declarativo. Assim, quer o
salmista louvasse a Deus por quem ele é (descritivo) ou pelo que ele faz
(declarativo), estaria louvando a Deus”.[10]
O
apóstolo Paulo tratando sobre o estilo cristão de viver, mas especificamente
sobre a liberdade e caridade cristã, ele exorta os crentes de Corinto dizendo:
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo
para glória de Deus” (1Co 10.31 – grifo nosso). Qualquer coisa que o ser
humano fizer deve visar a glória de Deus.
A pregação bíblica da Verdade tem este propósito, de conduzir a
pessoa a agir de conformidade com a vontade de Deus (2Tm 3.17). Sem uma
exposição adequada da Palavra de Deus os cânticos nos cultos podem se tornar
antropocêntricos, envoltos de promessas e bênçãos divinas como se Deus fosse
obrigado a abençoá-los.
Os cânticos só são de fato espirituais, caso descrevam o caráter
de Deus ou declarem as suas obras. O saltério judaico, os Salmos, são o modelo
de cânticos de devem ser proferidos nos cultos que se dedicam ao Senhor.
Um exemplo de cântico declarativo é o Salmo 105, onde o salmista
louva a Deus por preservar o pacto feito com os patriarcas, por ter resgatado
seu povo da servidão no Egito e tê-los conduzido pelo deserto até Canaã. O
salmo já começa declarando o seu real objetivo: “Louvai ao Senhor, e invocai o
seu nome; fazei conhecidas as suas obras
entre os povos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; falai de todas as suas maravilhas” (v.1,2 – grifo nosso).
Fazer conhecidas as obras de Deus e contar todas as suas
maravilhas é também uma das razões pelas quais Cristo salvou os que creram
nele, fazendo-os povo de Deus, para que estes, anunciem as virtudes daquele que
os chamou das trevas para a maravilhosa luz (1Pe 2.9).
Portanto, não há dúvidas de que a pregação bíblica capacita os
cristãos para apresentarem um louvor a Deus que descrevam a sua majestade e
declare as suas obras, isto sim é louvor verdadeiro.
b.
Na
postura
O movimento neopentecostal e alguns ramos
do pentecostalismo clássico tem sido afetado em sua conduta diante de Deus
enquanto cultuam, por falta de esclarecimento adequado da Palavra, através de
uma exposição sadia e honesta da Verdade.
Esta postura não está relacionada somente
a movimentos desequilibrados em que os seus defensores confundem com o “ser
cheio do Espírito”, mas envolve o coração de quem cultua e a motivação que o
faz estar na Igreja, em culto, sem estar cultuando segundo padrão de Jesus em
João 4.24, “em espírito e em verdade”.
A
Bíblia aponta algumas atitudes em que pessoas manifestavam culto a Deus; alguns
levantavam as mãos, outros choravam, enquanto outros se prostravam com o rosto
em terra, ou cai para frente reconhecendo seu estado de pecado diante da
santidade de Deus, etc. Isto tem a ver com o que Paulo fala em 1Co 10.31; “ou
façais qualquer outra coisa, que seja para a glória do Senhor” e prossegue
dizendo “Portai-vos de modo que não deis escândalo
nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus” (v.32).
Que a conduta dos que cultuam a Deus no seu santo templo, possa
corresponder com o estilo de vida de um nascido de novo, e que possam louvá-lo
“conforme a excelência da sua grandeza” (Sl 150.1).
c.
Na
vida cristã diária
Os efeitos de uma boa exposição da Palavra
de Deus não se limitam apenas às horas em que dura a liturgia do culto, mas, o
que se canta e o que se houve nestas horas, deve permanecer durante a vida além
das quatro paredes do templo em que os cristãos se reúnem.
A igreja de Atos é um excelente exemplo
deste caso, como resultado de terem perseverado na doutrina dos apóstolos,
evidenciavam os resultados da transformação em suas vidas como resultado das
Verdades que lhes foram anunciadas. O texto de Atos 2.42-47 deixa claro através
dos verbos, que a vida diária deles havia sido moldada segundo a Palavra de
Deus:
·
Eles perseveravam
na doutrina, na comunhão, no partir do pão e nas orações
·
Na alma deles havia temor
·
Maravilhas e sinais se faziam entre eles
·
Os que criam
estavam juntos e tinham comunhão em tudo
·
Vendiam
e repartiam o valor das suas
propriedades entre os carentes
·
Perseveravam juntos, todos os dias no templo
·
Nas casas, partiam e comiam o pão
juntos, com alegria e singeleza de coração
·
Louvavam
a Deus
·
Caiam
na graça do povo de fora da igreja
·
E todos
os dias, Deus acrescentava à
igreja aqueles que se haviam de salvar
Não se ver prova maior dos resultados que
uma genuína pregação bíblia pode fazer na vida diária de uma igreja.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Os cristãos não deveriam viver de outra forma, senão
de acordo com a Palavra que um dia ouviram e creram (Ef 1.13). e entender que o
louvor a Deus não se limita apenas a música, mas a tudo aquilo que dignifica e
engradece o seu nome e reconhece o que ele é e faz.
Com precisão John MacArthur trata deste assunto
dizendo que;
“A
música, é claro, um meio maravilhoso de adoração. Mas a verdadeira adoração é
mais que apenas música, e música – até mesmo a música cristã – não é
necessariamente adoração autêntica. A música pode ser um instrumento para a
expressão da adoração, mas existem outras disciplinas espirituais que se
aproximam mais da essência da pura adoração – atividades como orar, ofertar,
dar ação de graças e ouvir a Palavra de Deus quando ela é proclamada e exposta[11]
Com isto, conclui-se que, a pregação bíblica, mais que
qualquer outro elemento da liturgia de um culto, deve ser prioridade e ocupar o
seu devido lugar no culto a Deus. Sendo assim, todos os demais elementos do
culto serão moldados de acordo com o que a congregação aprendeu através da
exposição das Escrituras.
Sola Scriptura!
Pr. Járber Sousa
São Luiz-MA, em 12
de maio de 17.
SCEN - Seminário Cristão Evangélico do Norte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DEVER,
Mark. MACARTHUR, John. A pregação da
cruz. São Paulo: Cultura Cristã,
2010.
FISHER,
David. O pastor do século 21. São Paulo: Vida, 1999.
GOLDSWORTHY,
Graeme. Pregando toda a Bíblia como
escritura cristã. São Bernardo do Campo, SP: FIEL, 2013.
KAISER,
Walter. Pregando e ensinando a partir do
Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
LOPES,
Hernandes Dias. Pregação expositiva e
sua importância para o crescimento da igreja. São Paulo: Hagnos, 2010.
MACARTHUR,
John. Adoração, a prioridade suprema.
São Paulo: Hagnos, 2014.
[1] 2
Timóteo 4.1-3
[2] 2
Timóteo 4.5
[3]
LOPES, 2008, p. 18-9
[4]
DEVER, 2009, p.57.
[5] Apud LOPES, 2008, p. 19.
[6] A
pregação da cruz. São Paulo: Cultura Cristã, 2010 (p. 45).
[7]
Ibidem, p. 43.
[8]
Por Igrejas de hoje o artigo se refere à Igreja não de forma geral, mas às
comunidades que se reúnem sob qualquer outra perspectiva que não seja a de
viver genuinamente conforme a essência da mensagem bíblica.
[9]
Pregando toda a Bíblia como escritura cristã. São José dos Campos, SP: FIEL,
2013. p. 31-2.
[10]
Pregando e ensinando a partir do Antigo Testamento, Rio de Janeiro: 2014, p.
179.
[11]
Adoração, a prioridade suprema. São Paulo: Hagnos, 2014, p. 11.